O candidato a vice-presidente da República Fernando Haddad (PT),
gravou nesta quinta-feira (16), cenas do programa eleitoral em frente ao
prédio da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde abril.
Depois de visitar o líder petista, ele disse no vídeo que “a perseguição ao Lula
é a mesma que matou Tiradentes e Getúlio Vargas”, mas que Lula resiste.
“Ele está preso enquanto o governo Temer bagunça o país, corta direitos
do povo e entrega nossas riquezas”, declarou o ex-prefeito de São
Paulo.
De acordo com a coluna “Radar”
da revista Veja, ao assumir a candidatura, Haddad dirá que, se eleito,
dará perdão judicial a Lula. A frase: “Quer Lula livre? Vote Haddad”
será exibida no programa de TV.
Haddad foi oficializado como vice
no último dia 5 de agosto, com a bênção de Lula. Com a decisão, o PT
deflagrou o chamado plano B, admitindo, mesmo nos bastidores, que a
candidatura do ex-presidente deve ser impugnada antes do primeiro turno,
e então poderá ser substituído na cabeça de chapa pelo próprio Haddad.
Após uma negociação, os petistas conseguiram firmar ainda uma aliança
com o PCdoB, que garantirá a vaga de vice ao partido quando o
ex-presidente for impedido de concorrer e o ex-prefeito assumir seu
lugar – Manuela D’Ávila será a vice.
REGISTRO NO TSE
O ex-presidente foi condenado
pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por
corrupção e lavagem de dinheiro no processo do tríplex do Guarujá (SP).
Com base nessa condenação, Lula deve ter sua candidatura presidencial
barrada pelo TSE, com base na Lei da Ficha Limpa, que impede a
candidatura de condenados por órgãos colegiados da Justiça.
Na quarta-feira, o PT registrou a chapa do partido para a disputa
pelo Palácio do Planalto com Lula como candidato a presidente e Haddad como vice.
Pouco depois, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que também é a procuradora-geral eleitoral, entrou com pedido de impugnação da candidatura.
Caberá ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do TSE, Luis Roberto Barroso, defensor ferrenho da Lei da Ficha Limpa,
na qual Lula potencialmente se enquadra, analisar a documentação
entregue pelo candidato e levar o caso para julgamento no plenário do
TSE, composto por sete ministros.
O prazo final para que o
plenário julgue processos de registro de candidatura é 17 de setembro.
Auxiliares de ministros dizem acreditar que haverá decisão antes do dia
31 de agosto, o que deverá impedir a participação de Lula no horário
eleitoral.