terça-feira, 27 de março de 2018

Alemanha X Brasil: hora de fazer diferente


"O 7 a 1 é um fantasma que nos persegue". Quase quatro anos depois da histórica eliminação para a Alemanha na semifinal da Copa do Mundo-2014, o Brasil vai reencontrar a Alemanha pela primeira vez, nesta terça-feira, às 15h45min, em amistoso com importância esportiva e emocional.

O duelo em Berlim "tem uma grande importância psicológica, não é preciso esconder. O 7 a 1 é um fantasma que nos persegue", admitiu o técnico brasileiro Tite em entrevista publicada pela revista alemã Kicker.

"A ferida continua aberta (...) este jogo de Berlim faz parte do processo de cicatrização", acrescentou Tite antes de admitir que tem "medo" do jogo.

"Não podemos nos deixar intimidar ou ceder ao pânico. Vai ser um jogo complicado, sim, que vai nos exigir muito emocionalmente. Mas nossa preparação busca isso", explicou o treinador, que assumiu o cargo em junho de 2016.

Mais relaxado, o homólogo alemão Joachim Löw garantiu que aquele jogo em Belo Horizonte marcou sua vida: "esse jogo vai ser tema de conversas durante um século. Inclusive volto a ver os gols... Quando se vence 7 a 1 uma semifinal de Copa do Mundo contra o país anfitrião... Sim, fica na memória".

"Mas não acho que eles tenham medo na terça-feira, acho que estarão extra motivados", acrescentou.

Jogo sério

Para os treinadores, que esperam levantar o troféu da Copa do Mundo no dia 15 de julho, o jogo vai ser tudo menos amistoso. É o último teste antes da lista final de 23 convocados para o Mundial. Para Tite, o reencontro contra a Alemanha não é propício para testes e apenas uma mudança vai ser feita em comparação a escalação da vitória por 3 a 0 sobre a Rússia.

Fernandinho deve ocupar a vaga de Douglas Costa, o que muda o esquema de jogo: Coutinho passa a jogar pelo lado esquerdo do ataque, com Willian pelo lado direito. Fernandinho, Paulinho e Casemiro vão formar um trio defensivo pelo meio.

Thiago Silva pode ser titular, deixando o companheiro de Paris Saint-Germain Marquinhos no banco.

Um dos poucos remanescentes do grupo da Seleção na Copa do Mundo 2014 que vai entrar em campo, o lateral-direito Daniel Alves será o capitão da equipe no duelo e insistiu que o momento é de "olhar para o presente". "Esse é um clássico mundial e sempre tem uma certa dificuldade", disse o jogador, em entrevista coletiva. "Quando você não pode mudar o passado, temos de nos concentrar em mudar o presente e é isso que viemos fazer aqui", afirmou.

Evolução

O lateral acredita que houve uma "evolução" da seleção brasileira desde 2014. "Ela é nítida desde que o professor assumiu", afirmou. Mas evitou criticar o trabalho realizado por Luiz Felipe Scolari há quatro anos. "Não vou colocar areia no trabalho dos outros", disse.

"O que houve é que tivemos ideias novas, o futebol evoluiu e nós evoluímos com ele", explicou o atleta.

Daniel Alves acredita que, hoje, ele é mais "maduro e experiente". "Queria ter entrado para ajudar no 7 a 1. Mas na vida só tem uma opção: continuar", completou o jogador.