Em
conversa na manhã desta quarta-feira (25), o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) informou ao presidente interino da sigla, senador Tasso
Jereissati (CE), que não vai renunciar à presidência do partido, da qual
se encontra atualmente licenciado. A ideia do tucano é continuar
licenciado até a convenção do partido que ocorrerá em 9 de dezembro,
quando serão eleitos o diretório nacional e a nova executiva partidária.
Aécio
Neves se afastou da presidência do PSDB em 19 de maio, após o ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, determinar o
afastamento dele do mandato parlamentar a pedido da Procuradoria-Geral
da República (PGR). Em junho, o ministro Marco Aurélio Mello revogou a
determinação de Fachin e Aécio reassumiu o mandato de senador.
Neves
foi denunciado no mês de junho pelo Ministério Público Federal na
Operação Lava Jato por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com
base nas delações premiadas da empresa J&F, sofrendo medidas cautelares de afastamento do mandato e recolhimento noturno em casa.
Na semana passada, Aécio retomou o mandato parlamentar depois de votação do plenário do Senado que decidiu por afastar as medidas imposta pelo STF.
O
estatuto do PSDB prevê que, em caso de licenciamento do presidente, o
partido pode escolher o novo representante entre os sete
vice-presidentes da sigla. Desde a saída de Aécio Neves, Jereissati tem
ocupado a presidência do PSDB.
Conselho de Ética
Ontem (24), o presidente do Conselho de Ética do Senado, senador João Alberto (PMDB-MA), determinou o arquivamento de pedido de abertura de procedimento disciplinar contra Aécio Neves. A decisão seguiu parecer da Advocacia-Geral do Senado.
O
pedido de investigação no conselho para que o colegiado avaliasse se o
senador havia quebrado o decoro parlamentar foi protocolado pelo PT em
28 de setembro. A alegação do partido se baseou na denúncia apresentada
pelo empresário Joesley Batista, um dos donos da J&F, segundo qual
Aécio teria recebido R$ 2 milhões não declarados.
No
entanto, segundo o parecer da Advocacia-Geral do Senado, a
“representação do PT é, no máximo, uma versão atualizada da
representação do PSOL [e da Rede]” contra Aécio, que já havia sido
arquivada pelo conselho em julho. “Tanto é que reproduz, ipsis litteris, um trecho da peça precursora”, segundo o órgão do Senado.