O número de pessoas registradas para comprar a maconha legalizada nas
farmácias do Uruguai teve um aumento de 10% um dia após o início das
venda, revelou o Instituto de Regulação e Controle de Cannabis (Ircca).
Na quarta-feira, havia 4.959 inscritos e nesta quinta-feira, 5.526.
Segundo o instituto, também surgiram mais farmácias interessadas
em vender a droga para uso recreativo. Inicialmente, muitas rejeitaram,
alegando questões de segurança e o escasso lucro com a venda. Somente 16
estabelecimentos em todo o país estão autorizados a vender a erva,
apenas quatro deles em Montevidéu, onde estão concentrados 60% dos
usuários registrados. Os outros 12 estão distribuídos em 10 dos 19
Departamentos (Estados) do Uruguai.
Muitos uruguaios procuraram
nesta quinta-feira as quatro farmácias de Montevidéu onde são vendidos
os pacotes com a maconha legalizada produzida pelo Estado, apesar de os
estabelecimentos terem informado que o estoque do primeiro lote entregue
pelo governo terminou na quarta-feira, o primeiro dia de distribuição.
Reposição de estoque.
O Ircca, órgão vinculado à presidência, ainda não comentou oficialmente
se houve uma falha no cálculo das quantidades liberadas para venda ou
se distribuiu toda a produção inicial. Também não informou qual a
previsão para que o produto volte às prateleiras. Cada farmácia recebeu
dois quilos da droga e cada comprador podia levar no máximo 10 gramas.
O responsável por uma farmácia no centro da cidade, que pediu para não
ter seu nome revelado, disse esperar que o novo lote da maconha
legalizada seja entregue no começo da próxima semana.
“Por uma questão de segurança, só ficamos sabendo que vamos
receber o produto uns cinco minutos antes, por meio de um telefonema”,
disse. “Atendemos a todos os interessados, mas não podemos dar uma
estimativa oficial.”
Enquanto conversava com a reportagem, dois compradores entraram
no estabelecimento procurando a droga e uma outra pessoa telefonou
fazendo o mesmo questionamento. “Foi assim desde que abrimos pela manhã.
Muitos vieram procurar pessoalmente e o telefone não parou de tocar”,
disse.
Muitos compradores correram às farmácias na tarde de quarta-feira ao saber que os estoques estavam acabando.
A maconha legalizada uruguaia tem um teor mais baixo de THC do
que a vendida pelos traficantes. Segundo a lei que regula a produção, a
distribuição e a venda de maconha nas farmácias uruguaias, o Ircca tem
até 15 dias para repor o estoque depois que o estabelecimento faz o
pedido por mais pacotes da erva.