A Petrobras anunciou nesta quarta-feira (14) que decidiu
reduzir o preço médio nas refinarias em 2,3% para a gasolina e em 5,8% para o
diesel. Trata-se da segunda redução em 20 dias. No dia 25 de maio, a estatal
tinha reduzido o preço médio nas refinarias em 5,4% para a gasolina e em 3,5%
para o diesel..
"A decisão reflete as variações
recentes nos preços internacionais do petróleo que, depois de flutuar ao redor
de US$ 50 por barril, registrou queda sucessiva estando abaixo de US$ 46 por
barril atualmente. No câmbio, depois de uma desvalorização significativa na
moeda brasileira em relação ao dólar, refletindo incertezas políticas, a moeda
americana tem flutuado em torno de R$ 3,30", justificou a Petrobras, em
comunicado.
Na véspera, o presidente da
Petrobras, Pedro Parente, presidente da Petrobras, já tinha sinalizado que a
companhia tende a rever os preços de combustíveis em intervalos menores de
tempo em razão da volatibilidade do dólar e do preço do petróleo.
No comunicado desta quarta, a
Petrobras anunciou que "iniciará a prática de ajustes de preços em
períodos mais curtos, sem alterar a regra de formação de preços da atual
política".
Impacto
nas bombas
Segundo a
última pesquisa divulgada Agência Nacional de Petróleo (ANP), o pela preço
médio da gasolina caiu para R$ 3,572 no país, atingindo o menor patamar desde
novembro de 2015.
A Petrobras
estima que, se o novo ajuste anunciado for integralmente repassado e não houver
alterações nas demais parcelas que compõem o preço ao consumidor final, "o
diesel pode cair 3,5%, ou cerca de R$ 0,11 por litro, em média, e a gasolina,
0,9% ou R$ 0,03 por litro, em média".
Política
de preços
A Petrobras
pratica desde outubro uma nova política de definição de preços dos
combustíveis, com reuniões mensais para definir os valores da gasolina e do
diesel nas refinarias.
Um reajuste da
companhia nas refinarias não necessariamente significa uma mudança no preço nos
postos, pois as distribuidoras podem repassar ou não essa variação (como
ocorreu algumas vezes).
Outras
variáveis também podem influir no preço da gasolina, como o preço do etanol, já
que a gasolina comum deve ter 27% de etanol anidro – e o preço do álcool
combustível varia de acordo com a safra da cana-de-açúcar.
Desde que
começou a nova política de preços, a Petrobras já anunciou cinco cortes e dois
aumentos no preço dos combustíveis. O primeiro anúncio foi em outubro, quando o
preço da gasolina caiu 3,2% e o do diesel, 2,7%. Em novembro, nova queda (de
3,1% e 10,4%, respectivamente). Em dezembro, foi a vez do primeiro aumento:
reajuste de 8,1% na gasolina e de 9,5% no diesel.
Em janeiro, a
Petrobras fez duas alterações nos preços: no dia 5, subiu o preço do diesel em
6,1% (mas manteve o da gasolina), e no dia 26, reduziu novamente o preço dos
dois combustíveis. Em fevereiro, a Petrobras voltou a anunciar redução: de 5,4%
na gasolina e de 4,8% no diesel. Março foi o primeiro mês desde a nova política
de preços que não houve nenhuma alteração. Em abril, houve aumento de 2,2% no
preço da gasolina e de 4,3% no diesel.
Em maio, os
preços voltaram a mudar de direção, com o anúncio de redução de 5,4% para a
gasolina e em 3,5% para o diesel.
Confira a
íntegra do comunicado da Petrobras:
De acordo com a
política de preços anunciada pela Petrobras em outubro de 2016, o Grupo
Executivo de Mercado e Preços (GEMP), após avaliação, decidiu reduzir o preço
médio nas refinarias em 2,3% para a gasolina e em 5,8% para o diesel.
A decisão reflete
as variações recentes nos preços internacionais do petróleo que, depois de
flutuar ao redor de US$ 50 por barril, registrou queda sucessiva estando abaixo
de US$ 46 por barril atualmente. No câmbio, depois de uma desvalorização
significativa na moeda brasileira em relação ao dólar, refletindo incertezas
políticas, a moeda americana tem flutuado em torno de R$ 3,30.
O comitê reiterou,
como já observado nos dois últimos movimentos de preços, que os reajustes em
períodos aproximados de trinta dias não têm sido suficientes para refletir as
volatilidades de preços internacionais de derivados e câmbio entre as datas dos
reajustes. O GEMP avançou nessa discussão e iniciará a prática de ajustes de
preços em períodos mais curtos, sem alterar a regra de formação de preços da
atual política, para acomodar as volatilidades observadas no mercado
internacional.
Os novos preços
continuam com uma margem positiva em relação à paridade internacional, conforme
princípio da política anunciada, e estão alinhados com os objetivos do plano de
negócios 2017-2021.
Como a lei
brasileira garante liberdade de preços no mercado de combustíveis e derivados,
as revisões feitas pela Petrobras nas refinarias podem ou não se refletir no
preço final ao consumidor. Isso depende de repasses feitos por outros
integrantes da cadeia de combustíveis, especialmente distribuidoras e postos
revendedores. Se o ajuste feito hoje for integralmente repassado e não houver
alterações nas demais parcelas que compõem o preço ao consumidor final, o
diesel pode cair 3,5%, ou cerca de R$ 0,11 por litro, em média, e a gasolina,
0,9% ou R$ 0,03 por litro, em média.
Fonte: G1