A ameaça, incluindo os dois encontros com o senador Tasso Jereissati (PSDB) - na semana passada e ontem, em solenidade no shopping Iguatemi - não passou de um blefe.
Camilo se rendeu também às ameaças do PT, nomeando o secretario
Nelson Martins, atualmente no comando da Secretaria de Relações
Institucionais, à Casa Civil e transferindo a indicação do
ex-vice-governador Maia Júnior àSecretaria de Planejamento e Gestão do
Estado do Ceará (Seplag), contrariando sua vontde inicial.
O Governador também foi obrigado, pelos irmãos Cid e Ciro Gomes
(PDT), a recuar de outra decisão: abrir mão da presença de Lúcio Gomes,
irmão dos pedetistas, no seu secretariado. Camilo demitiu Lúcio
da Secretaria das Cidades, mas o tornou muito mais poderoso ao indicá-lo
à Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), no lugar de André Facó,
obedecendo ordens dos Ferreira Gomes.
A reforma confirmada hoje por Camilo em seu secretariado põe fim às
especlações quanto a um possível afastamento do governador em relação a
Cid e Ciro. Não prevaleceu a vontade de seu pai e conselheiro, o
ex-deputado Eudoro Santana, de o afastar de seus padrinhos políticos
para assegurar, já agora, a sua candidatura à reeleição em 2018.
O anúncio dos novos nomes da equipe de Camilo através da sua página
no Facebook, comprova que o governador jamais terá coragem de romper a
aliança com os FGs. Também deixa claro que, com suas últimas decisões, é
quase impossível que concorrerá a um novo mandato à frente do Palácio
da Abolição, devendo apoiar a candidatura de seu antecessor, Cid Gomes,
ou do prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
Camilo sonha agora com uma vaga de senador, mas, atropelado pelos
Ferreira Gomes na reforma do secretariado, teme ter que aceitar
concorrer apenas a deputado federal em 2018.