A Polícia Civil investiga se os dois paraquedistas que morreram após um salto na tarde desta quarta-feira (29), em Boituva (SP),
treinavam para uma apresentação que seria realizada na abertura dos
Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 5 de agosto. A informação foi
divulgada pelo delegado Carlos Antônio Nunes, que investiga o acidente.
"Os atletas que estavam no local disseram que o treinamento era para uma
cerimônia que seria apresentada na abertura dos Jogos. Mas ainda vamos
ouvir formalmente as testemunhas", afirma.
A reportagem do G1 entrou em contato com o Comitê
Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, que negou a
informação. "Esse salto não teve nada a ver com a cerimônia dos jogos.
Não tem nenhuma apresentação de paraquedismo prevista na cerimônia",
afirmou a assessoria do comitê por telefone.
Um representante do evento, que preferiu não se identificar, disse que o
treinamento reunia atletas experientes de várias equipes. O objetivo do
salto, composto por cerca de 30 pessoas, era desenhar no ar os arcos
olímpicos.
O avião com os atletas decolou por volta das 16h30, no Centro Nacional
de Paraquedismo (CNP), conhecido nacionalmente por praticantes do
esporte.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, Gustavo Corrêa Garcez , de
39 anos, e Marcos Guilherme Padilha, de 47, se chocaram no ar. A polícia
acredita que um paraquedas tenha se enroscado no outro, provocando a
queda dos dois.
Equipes do resgate do Corpo de Bombeiros foram acionados e encontraram
um dos paraquedistas insconsciente e o outro já em parada
cardiorrespiratória.
As vítimas, que eram de São Paulo, foram para o hospital São Luiz, em Boituva,
mas não resistiram aos ferimentos e morreram na unidade hospitalar. Os
corpos foram levados para o Instituto Médico Legal de Itapetininga (SP) e
já foram liberados para familiares.
Segundo informações da família, o velório do Marcos Padilha será na
sexta-feira (1º), a partir das 8h, e a cremação às 12h, em Itapecerica
da Serra (SP).
O corpo de Gustavo Corrêa será cremado e velado na capital.
Gustavo Garcez (esq.) e Marcos Padilha (dir.) (Foto: Divulgação/BrDT e Reprodução/ TV TEM)
Outro casoEm fevereiro deste ano outro paraquedista morreu depois de saltar do CNP e se chocar no ar com um colega. Amilton Vieira, de 38 anos, foi encontrado gravemente ferido em uma cabeceira da rodovia Castello Branco (SP-280). Ele foi levado pelos bombeiros ao hospital com parada cardíaca, mas não resistiu e morreu na unidade hospitalar.
Segundo o delegado Carlos Antônio Antunes, o choque entre Vieira e o colega Renê Simenauer, de 41 anos, aconteceu logo após fazerem uma formação de ponta-cabeça, chamada de head down.