Demitido
nesta terça-feira à tarde pela CBF, Dunga (foto) deixa o comando da
seleção brasileira após uma passagem bastante decepcionante em sua
segunda era no comando do time nacional. Embora tenha reiniciado bem
esta sua última trajetória, com dez vitórias em dez amistosos, além do
título do Superclássico das Américas de 2014 com vitória sobre a
Argentina de Lionel Messi, o treinador fracassou em duas Copas Américas
em sequência e agora saiu do cargo com o Brasil na sexta posição das
Eliminatórias Sul-Americanas da Copa de 2018.
Essa sua última era como comandante da seleção principal contou com
26 jogos, nos quais ele acumulou 18 vitórias, cinco empates e três
derrotas. A última delas foi no domingo passado, quando o Brasil caiu
por 1 a 0 diante do Peru, nos Estados Unidos, e foi eliminado na
primeira fase da Copa América, o que não acontecia com a seleção na
competição desde 1987.
Antes disso, Dunga caiu junto com a seleção nas quartas de final da
Copa América de 2015, no Chile, onde foi superado pelo Paraguai nos
pênaltis, dando adeus à competição continental com uma campanha de duas
vitórias, um empate e uma derrota.
O momento ruim no comando da seleção continuou nas Eliminatórias, na
quais o Brasil obteve duas vitórias, três empates e uma derrota nos seis
primeiros jogos até aqui. Assim, Dunga já foi para a Copa América
Centenário pressionado e desprestigiado pela maioria dos torcedores
brasileiros.
Na estreia nos Estados Unidos, o Brasil só não perdeu para o Equador
porque a arbitragem invalidou um gol legal dos adversários, após um
frango do goleiro Alisson. Em seguida, diante do fraco Haiti, a seleção
goleou por 7 a 1 e, tendo em vista também a extrema fragilidade do
rival, fez a torcida lembrar mais do 7 a 1 sofrido diante da Alemanha na
semifinal da Copa de 2014, então com Felipão no comando. E a derrota
para o Peru foi a gota d’água para que a situação de Dunga ficasse
insustentável, culminando na demissão desta terça.
Dunga também esteve à frente da seleção olímpica masculina que foi
aos Jogos de Pequim, em 2008, onde ele amargou outra grande decepção ao
ser derrotado por 3 a 0 pela Argentina, na semifinal, antes de
conquistar o bronze com uma vitória pelo mesmo placar sobre a Bélgica.
Foram, por sinal, oito vitórias e uma derrota em nove jogos no comando
da equipe olímpica naquela primeira passagem.
PRIMEIRA PASSAGEM TEVE TÍTULOS – Antes sair pela porta dos fundos da
seleção como técnico, ajudando a manchar mais um pouco o currículo de
quem foi o capitão do tetracampeonato mundial de 1994 como jogador,
Dunga também conseguiu conquistar resultados expressivos como técnico do
Brasil em sua primeira passagem à frente da equipe nacional.
Embora tenha caído após a derrota de virada para a Holanda nas
quartas de final da Copa de 2010, o técnico acumulou dois títulos, um da
Copa América de 2007 e outro da Copa das Confederações de 2009, assim
como classificou a seleção com folga ao Mundial realizado na África do
Sul, como líder das Eliminatórias Sul-Americanas.
Neste primeiro período como técnico da seleção, Dunga foi o
comandante do time nacional em 60 partidas, acumulando 42 vitórias, 12
empates e seis derrotas. Entretanto, a queda na Copa e a relação
conflituosa com a imprensa pesaram muito para que ele fosse demitido
logo após o Mundial.
Ao total, em duas passagens como técnico da seleção principal do
Brasil, Dunga contabilizou 86 jogos, nos quais conquistou 60 vitórias,
17 empates e nove derrotas.