O apresentador desfere o pontapé na caixa durante o programa (Reprodução)
No
último dia 15, durante o ‘Programa do Ratinho’, o apresentador Carlos
Massa deu um chute em uma grande caixa de papelão que insistia em se
deslocar pelo palco. Dentro da caixa estava a sua assistente de palco,
Milene Pavorô. O chute, desferido com certa potência, atingiu em cheio a
moça, que soltou um grito e, já fora do caixa, mostrou-se um tanto
quanto constrangida e chateada. Com cara de quem iria cair no choro,
Milene pegou suas sandálias e, cabisbaixa, saiu de cena.
E
qual foi a reação de Ratinho? Tentando manter o clima “tranquilo e
favorável”, o apresentador soltou a pérola: “Não podemos perder a
esportiva”. Em seguida, se dirigiu ao diretor do programa: “O senhor
notou que ela é uma funcionária rebelde? Providências terão de ser
tomadas… Ela vai pra rua”.
Como
já era de se esperar, o incidente rapidamente virou notícia na internet
e o apresentador foi alvo de duras críticas por parte de internautas. É
aquilo: fogo morro acima, água morro abaixo e indignação nas redes
sociais ninguém segura. O principal motivo das críticas dizia respeito à
violência contra a mulher. Muitos instavam Pavorô a denunciar Ratinho
pela Lei Maria da Penha.
Horas
depois do ocorrido, a assistente de palco publicou uma mensagem em seu
perfil a fim de serenar os ânimos: “Calma pessoal, foi só uma
brincadeira. Ele não sabia que eu estava lá dentro e depois que eu saí
ele parou o programa para pedir desculpa. Só que não foi ao ar. Quem
conhece o Ratinho de verdade sabe que por dentro daquele homem “durão”
tem uma pessoa com um grande coração, incapaz de ferir alguém”.
É
certo que Ratinho não tinha a intenção de machucar Milene e que se
tratou de uma daquelas brincadeiras sem noção que pululam o programa.
Mas ficam algumas questões: o protesto ocorreu por parte de internautas
por ser tratar de uma mulher? Se fosse um assistente homem, tudo bem?
Chutar uma pessoa, e ainda mais com vigor, é uma “brincadeira”?
Diz
Milene que Ratinho não sabia que ela estava dentro da caixa. Mas ele
sabia, sim, que havia alguém ali. Mesmo assim, desferiu o chute. Ela
ainda informa que ele parou o programa logo em seguida e pediu
desculpas; “só que não foi ao ar”. E aí é que mora o problema: se a
agressão foi transmitida ao vivo e em cores, não custava ao apresentador
ter vindo a público desculpar-se, dizer que exagerou na dose e que uma
agressão não se justifica nem por brincadeira. Perdeu a oportunidade de
limpar sua barra.