Delci Teixeira nega presença das
facções. Andrade Jr. diz o contrário FOTO:Reprodu
A cúpula da Secretaria da Segurança
Pública do Ceará vive momentos de desequilíbrio e perda de controle da
Pasta. Prova disso ocorreu na manhã desta terça-feira (8), quando da
realização uma coletiva de Imprensa para abordar sobre os ataques a
delegacias, ônibus e outros atentados na Capital na semana passada. Os
discursos não se afinam nem mesmo entre os gestores. Enquanto o titular
da SSPD negou a presença de facções criminosas no Ceará, o chefe da
Polícia Civil disse o contrário, afirmando que, inclusive, já está
investigando isto.
Delci Teixeira, o secretário, admitiu que, “em todo presídio há
facções, que existem até para se protegerem umas das outras”, mas negou a
presença de criminosos integrantes do PCC (Primeiro Comando da
Capital) e do Comando Vermelho (CV) no Ceará. Teixeira acredita que os
recentes atentados nas delegacias, em um prédio da Secretaria da Justiça
e Da Cidadania (Sejus) e uma sequência de incêndios em veículos do
transporte coletivo foi obra do descontentamento de presidiários.
Apenas.
Já o Delegado Geral da Polícia Civil, Andrade Júnior, falou em
seguida e confirmou que há uma investigação em andamento sobre os
ataques e que já resultou na prisão de 13 pessoas. Mas, foi mais além,
informando que as investigações apontam o envolvimento de integrantes de
facções criminosas como os mandantes dos ataques armados. Entre estas
pessoas, uma mulher detida com uma carta que teria sido escrita por
membros do PCC. A jovem é companheira de um detento, cuja identidade
não foi revelada.
Enquanto as autoridades não se entendem e “batem cabeça” sobre a
presença ou não das facções em Fortaleza, os membros desses grupos
continuam ordenando uma trégua nos embates entre bandidos nos bairros
dominados pelo tráfico de drogas. Sem registros de assassinatos, as
comunidades ficam livres da presença da Polícia e o comércio de drogas
rola solto, trazendo mais lucros para o bolso dos traficantes
representantes das facções.