Aguardada
com enorme expectativa, ainda mais depois do insucesso de “Babilônia”, a
nova novela de João Emanuel Carneiro, exibida a partir de 31 de agosto
de 2015, começou com resultados abaixo do esperado. Por este motivo, “A
Regra do Jogo” não seguiu exatamente o que previa a sua sinopse.
Por
sugestão (ou intervenção) de Silvio de Abreu, diretor de
Teledramaturgia da Globo, em pelo menos dois casos a trama foi
modificada. Como revelou o site Noticias da TV
em outubro, uma das alterações, pouco importante, foi no perfil de
Ninfa (Roberta Rodrigues), que teve o seu apetite sexual atenuado.
Já
a outra, bem mais séria, envolveu a história de Orlando (Du Moscovis),
pensado inicialmente como um personagem gay, enrustido. A mudança no
rumo do vilão obrigou João Emanuel a criar a personagem Lara (Carolina
Dieckmann).
Abandonada numa cidadezinha do interior, ela pensava
que Bira (seu nome verdadeiro) havia morrido. Ao ver uma foto do marido
no jornal, Lara vai ao Rio à sua procura, criando uma série de problemas
para ele. A certa altura, ela acaba se envolvendo com Dante (Marco
Pigossi), o policial que investiga justamente Orlando.
Criou Lara a
contragosto e, depois da morte de Orlando, no início da janeiro,
rapidamente sumiu com a personagem. Isso explica porque, como escreveu
Flavio Ricco nesta terça-feira (02), a volta de Carolina Dieckmann no
final da novela “por pouco não acontece”.
Questionado
na época da mudança por Márcia Pereira, João Emanuel respondeu: “Novela
é uma obra aberta e o processo criativo é constante. A sinopse é um
instrumento de trabalho que serve para nortear o autor. Pelo menos é
assim para mim. Trata-se de uma ideia, um horizonte. Sobre o Orlando,
ele sempre foi um homem frio, capaz de fazer qualquer coisa pela facção.
Essa é a sua essência''.
É verdade, mas a trajetória errática de
Lara em “A Regra do Jogo” deixa claro que o autor não engoliu a sugestão
da Globo em mexer na trama que imaginou.