terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

RJ investiga possível primeiro caso de morte por zika no útero materno

Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika (Foto: Reprodução / EPTV)Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika (Foto: Reprodução / EPTV)
 
Médicos da Fiocruz seguiam no início da tarde desta terça-feira (16) para a Maternidade Carmela Dutra, no Méier, Subúrbio do Rio, para colher material de um feto. Como mostrou o RJTV, ele pode ser o primeiro caso de bebê infectado e morto pelo vírus da zika ainda no útero de uma mãe no estado do Rio.
 
A mulher de 34 anos passava por operação no início da tarde para a retirada do feto. O parto estava marcado para a próxima semana. A mulher teria contraído o vírus da zika no sexto mês de gestação e foi diagnosticada pelos profissionais da Fiocruz. A gestação foi considerada normal e acompanhada pelos médicos do Instituto Fernandes Figueira, na Zona Sul.

Mesmo com a informação da doença, a família foi tranquilizada pelos especialistas porque, na ocasião, não havia alteração no crânio ou no resto do corpo do bebê. Agora, porém, a família recebeu a informação que o feto estava morto há 10 dias, faltando uma semana para o nascimento do bebê.

De acordo com a mãe da gestante, Sandra Souza, como os exames mostravam que estava tudo bem com a criança, a família estava tranquila de que o nascimento aconteceria sem maiores problemas, apesar da contaminação pelo vírus.

A gente esperava muito e, quando eles disseram que o bebê estava bem, a gente ficou bem"
Sandra Souza, mãe da gestante
 
“O pessoal da Fiocruz mandou a gente para o Fernandes Figueira. Aí a gente não voltou mais para a Fiocruz, a gente só ia no Fernandes Figueira, com o doutor José Paulo. Ele verificou que estava tudo normal, que o cérebro estava normal, que o bebê estava normal. Mas ele mandava sempre a gente voltar. Voltamos lá mais duas vezes. Na última, que foi dia 25 de dezembro, ele fez o último ultrassom e ela já estava com 33 semanas. E ele falou que o bebê estava bem, que era para ela ficar tranquila e que não tinha problema nenhum. A gente esperava muito e, quando eles disseram que o bebê estava bem, a gente ficou bem”, afirmou Sandra.
A Fiocruz disse que ainda será necessário o resultado da autópsia no corpo do bebê para determinar se o vírus foi a causa da morte. A família concordou com a doação para que sejam realizados os exames necessários para identificar se a criança morreu por causa do vírus da zika. O caso pode ser o primeiro registro de caso em que um bebê morreu porque foi infectado pelo vírus da zika ainda no útero materno no Estado do Rio de Janeiro.