Há mais de 12 anos a oposição tucana,
após ser expulsa de um ciclo de poder de oito, procura com o apoio
solidário da mídia um remédio para voltar a ocupar o Palácio do Planalto
e os demais vetustos conservadores.
Para isso é preciso vencer Lula.
A qualquer preço. Como não pode fazer o ex-presidente beber cicuta e,
ainda mais, sem um programa alternativo de governo convincente, a dita
oposição sentou-se ao piano para tocar o samba de uma nota só:
corrupção.
Essa hipocrisia moralista remete à
célebre observação entediada de Millôr Fernandes: “Estou cansado de
sentar à mesa com corruptos para falar da corrupção”.
Na continuidade desse objetivo político,
os oposicionistas, sem sucesso, abalados por quatro derrotas na disputa
pela Presidência da República, partiram para o desespero. Resolveram sacrificar os políticos e os partidos e, para isso, não se importaram em atear fogo às próprias vestes.
A oposição plantou vento e colheu tempestade.
Essa é a tradução mais próxima do
resultado apontado pela recém-publicada pesquisa Ibope, cujo objetivo
foi o de perceber o sentimento do eleitor sobre os prováveis
presidenciáveis na eleição de 2018. O resultado está nos porcentuais
elevadíssimos de repulsa aos políticos e, por dedução, à política.
Embora a pesquisa
foque a rejeição, pode-se projetar o possível resultado nas urnas, se a
eleição fosse hoje, a partir da resposta dos eleitores a duas
perguntas: a certeza do voto e a possibilidade de votar (tabela).
“O resultado da pergunta sobre a certeza do voto,
manifestada pelo eleitor, é, nesse momento, a mais consistente indicação
da pesquisa”, assegura Carlos Augusto Montenegro, presidente do Ibope.
Há algumas surpresas no resultado dessa sondagem. A
elevada rejeição a Aécio e a Marina. Ele tinha 32% e Marina 31% em
outubro de 2014. Um aumento de 15% e 19%, respectivamente.
O porcentual de rejeição a Lula, elevada em 22% desde maio
de 2014, é facilmente explicável. Além do intenso ataque da mídia, o
ex-presidente recebe reflexos da crise econômica conjuntural.
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Os
resultados da pesquisa fazem vislumbrar uma trajetória para a vitória
de Lula maior do que a de seus adversários. O esforço do desmanche da
política e dos partidos beneficia os líderes com capacidade de
transferir e captar votos de diferentes classes sociais. Favorece,
assim, a Lula.