sábado, 31 de outubro de 2015

Avião russo cai no Egito com 224 passageiros a bordo


 

Membros das equipes egípcias de busca e resgate encontraram mais de 100 corpos, incluindo de cinco crianças, em meio aos destroços de um avião russo que caiu na península do Sinai neste sábado (31), disse um oficial no local à Reuters. "Agora vejo uma cena trágica. Um monte de mortos no chão e muitos morreram ainda atados a seus assentos", afirmou o oficial, que pediu anonimato.

"O avião foi dividido em dois, uma parte pequena na extremidade da cauda que queimou e uma parte maior que colidiu com uma rocha. Tiramos pelo menos 100 corpos e o resto ainda está no interior", acrescentou.

A queda

A aeronave, um Airbus A-321 da companhia Kogalymavia, voava para São Petersburgo, quando caiu em uma área montanhosa com 224 passageiros a bordo.

O avião teria decolado próximo das 2h no horário de Brasília, com boa condição climática, e sumido dos radares após 23 minutos, quando voava a 9.400 metros de altura. Pouco antes da queda, de acordo com a emissora americana CNN, o piloto teria ligado para o controle de tráfego aéreo para informar que estava com problemas técnicos e solicitar um pouso de emergência. Autoridades não confirmam essa última informação. Ainda não se sabe a causa do acidente, mas, segundo autoridades egípcias, não há sinais de que o Airbus tenha sido abatido ou explodido.

Poucas horas após a queda, o promotor egípcio General Nabil Sadek ordenou que investigadores fossem ao local para analisar os destroços e descobrir as causas do acidente. Segundo o ministério da aviação do país, uma equipe de busca e resgate chegou ao local, nas proximidades da região de Hasna, após atrasos causados por más condições climáticas. A aeronave ficou "completamente destruído" e é improvável que haja sobreviventes.

O presidente russo, Vladimir Putin, declarou a data de 1º de novembro como um dia de luto nacional na sequência da queda do avião russo no Egito, divulgou o serviço de imprensa do Kremlin neste sábado. Putin expressou suas condolências pelo acidente e ordenou que seus ministros ofereçam assistência imediata às famílias das vítimas.

Premiê vai ao local

O Ministério do Turismo do Egito informou que o primeiro-ministro, Sherif Ismail, estava a caminho do local com vários ministros em um avião particular.

Uma emissora de televisão russa mostrou imagens de parentes e amigos desesperados em busca de informações no aeroporto de Pulkovo, em São Petersburgo.

O A321 está em serviço desde 1994 e existem mais de 1.100 em operação no mundo, com um histórico de segurança considerado bom. É uma aeronave altamente automatizada, que usa computadores para ajudar os pilotos a conduzi-la e é equipado com motores IAE-V2500. O avião tinha 18 anos e vinha sendo operada pela Metrojet desde 2012, tendo acumuladocerca de 56.000 horas de voo em quase 21.000 voos, disse a Airbus em um comunicado.

A Airbus disse que estava pronta para prestar assistência técnica completa à Agência de Investigação Francesa e às autoridades responsáveis pela investigação do incidente.

O acidente deste sábado é o segundo com vítimas fatais envolvendo essa variante da família do A320, de acordo com os dados da Flight Safety Foundation. A Airbus disse que não tinha informações independentes sobre a queda e se negou a comentar o acidente.

Processo criminal

A agência de notícias RIA informou que o Comitê de Investigação da Rússia abriu um processo criminal contra a companhia aérea Kogalymavia. O processo foi aberto sob um artigo de regulação a respeito de "violação das regras de voos e preparações para eles".

A Interfax disse que o porta-voz do comitê, Vladimir Markin, afirmou que o caso foi aberto sob o artigo 263 do Código Penal, sobre violação das regras de segurança para movimento e exploração do transporte pelo ar ou mar. Markin também disse que um grupo de investigadores e especialistas criminais havia sido formado e que iria para o Egito.

"Eles vão operar de acordo com os órgãos competentes e juntamente com os representantes da República do Egito, em conformidade com as normas do direito nacional e internacional", disse Markin, segundo a Interfax.