O ator Cláudio Marzo morreu aos 74 anos no início da manhã de ontem, na clínica São Vicente, Gávea, zona sul do Rio. De acordo com a assessoria da unidade de saúde, ele estava internado no Centro de Tratamento Intensivo (CTI), com quadro de pneumonia, dispneia e desorientação desde o último dia 4. Segundo o médico do ator, João Manoel Pedroso, Marzo já tratava de um quadro de enfisema pulmonar que foi agravado pela pneumonia.
Seu corpo deverá ser cremado, conforme desejo deixado pelo ator. Esta era a segunda vez no ano que o artista havia sido internado. Em fevereiro, Marzo ficou uma semana hospitalizado com “quadro infeccioso associado à insuficiência renal e enfisema descompensado”.
Em dezembro do ano passado, o artista também ficou internado por três dias no CTI do mesmo hospital para tratar uma pneumonia. NO ano de 2013, Marzo foi hospitalizado outras três vezes -duas internações por conta de problemas respiratórios e outra em decorrência de uma hemorragia digestiva.
Repercussão
Claudio Marzo deixa nos companheiros com quem atuou a imagem de um artista talentoso e extremamente carismático. Para Regina Duarte, por exemplo, ele era uma pessoa “rebelde, carismática, talentosíssimo. Ele foi extremamente delicado, carinhoso, afetivo comigo, então uma menina do interior chegando ao Rio”. Segundo ela, as cenas românticas entre os dois eram fáceis de fazer, porque “nós nos entendíamos muito bem. O respeito se passava no olhar”.
Outra atriz que já demonstra saudade de Marzo é Eva Wilma. “Jamais vou esquecer a parceria que tivemos na novela “A Indomada”. Eu tinha muitas cenas com ele e foram todas muito divertidas, até mesmo as de briga. Saúdo esse grande ator. Tinha uma interpretação mais contida, sem exageros. Ele era um ator meio inglês, mas sempre muito intenso, lúdico. Era muito bom ator e um bom companheiro.”
Para o colega Renato Borghi, a lembrança é de quando os dois começavam a carreira de ator, em São Paulo. “Trabalhamos junto no começo de nossas carreiras. Ele já trabalhava na TV Tupi e veio fazer conosco um espetáculo que marcou o Teatro Oficina, ‘Pequenos Burgueses’. Ele fazia o protagonista ‘do bem’ dessa peça, o operário que tava a fim de fazer a revolução. Era um papel difícil ele fez lindamente”.
Uma lembrança importante da época, para Borghi, pé que já então Marzo tinha o poder de arregimentar fãs. “Quando ele foi para a Globo, o nosso contato ficou mais esparso. Tenho a lembrança de uma pessoa cordial, amiga, solidária, encantadora. Ele não conhecia o ciúme, fazia o papel dele e fazia muito bem”, diz o ator, dizendo saudoso, já, do colega que acaba de morrer. (das agências de notícias)