sexta-feira, 12 de setembro de 2014

'Sem chão', diz mãe de biomédica que sumiu após sair do trabalho em GO

Mãe da biomédica Letícia Carneiro Ramalho, de 23 anos, que desapareceu na tarde de quarta-feira (10) após sair da faculdade onde trabalha, em Goiânia, a professora Ilka Maria de Souza Ramalho, de 43, afirmou que a família ainda não tem nenhuma pista do paradeiro da jovem. Desesperada, ela diz que a filha nunca teve problemas com ninguém e ainda tenta entender o que teria motivado o sumiço da garota.

"Estou muito triste, arrasada, sem chão. Não sei o que fazer, estamos todos muito preocupados. Ela é uma ótima filha, estudiosa, trabalhadora. Com 23 anos, já é formada e concursada na Saúde de Aparecida de Goiânia. Não tem explicação para o que ocorreu", disse Ilka ao G1.

A professora disse que tem um ótimo relacionamento com a filha, mas que se viam pouco devido à distância e a falta de tempo. "Última vez que eu conversei com ela foi no domingo [7], pelo Whatsapp. Conversávamos muito, mas como moramos longe uma da outra e trabalhamos muito durante a semana, a gente geralmente se encontrava no fim de semana", revela.

Ilka mora no Setor Alice Barbosa, em Goiânia, junto com o marido, que é padrasto de Letícia, e dois irmãos da jovem, um rapaz de 19 e uma garota de 13. Segundo ela, todos estão se esforçando para procurar a biomédica. "Ontem [quinta-feira, 11] passamos o dia todo buscando notícias, mas até agora não tivemos nada", lamenta.

Ela diz que nesta sexta-feira (12) vai procurar a Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), onde foi registrada a ocorrência do desaparecimento, para saber como andam as investigações da polícia.

'Nervosa e chorando'

O noivo de Letícia, o também biomédico Thiago Salgado Moura, diz que falou com a jovem ao celular pouco antes do desaparecimento e que ela estava "nervosa e chorando muito".

Letícia e Thiago namoram há pouco mais de três anos e moram juntos há nove meses, no Jardim da Luz, na capital. No dia do desaparecimento, ela foi para casa, onde almoçou com o noivo. Em seguida, ele a levou para a faculdade, onde a jovem é professora de estágio.

"Ela estava muito nervosa, alterada e abalada. Não sei se tinha ocorrido algo, mas ela disse que não estava com vontade de ir para o trabalho. Tentei conversar para ver o que estava acontecendo, mas ela não disse nada e decidiu ir para a faculdade", contou Thiago ao G1.

O rapaz disse que deixou a noiva no trabalho, mas que 20 minutos depois recebeu um telefonema dela chorando e perguntando se ele poderia buscá-la. "Disse que já tinha chegado ao HDT [Hospital de Doenças Tropicais, onde trabalha] e que demoraria uns 15 minutos para sair. Então, ela me disse que iria andando para a casa, um trajeto de mais ou menos 20 minutos", lembra.

Thiago conta que ficou preocupado e tentou falar novamente com Letícia, mas o celular estava desligado. Ele então foi até a casa onde moram e não a encontrou. A última pessoa que teria visto a jovem foi uma vizinha do casal, que também é aluna dela no estágio.

Além dos parentes da jovem que moram em Goiânia, outros que residem no Tocantins, como tios e avós, vão viajar para a capital para acompanhar as buscas.