A presidente Dilma Rousseff (PT), apesar de tentar se esquivar de polêmicas, durante visita às obras de transposição do rio São Francisco, admitiu a permanência do ministro Francisco Teixeira na pasta da Integração Nacional.
Questionada se Teixeira permaneceria no cargo até o fim do mandato da presidente, Dilma afirmou que não discutiria o assunto, mas não conseguiu evitar o posicionamento.
“O ministro é do meu governo. Não vou discutir quem é que fica até o fim do mandato. Sinto muito, esse tipo de pergunta não cabe aqui. Em Brasília eu diria a mesma coisa. Os ministros meus ficam no cargo enquanto tiverem minha confiança. Não tenho nenhum motivo para não ter confiança no ministro Teixeira no presente momento”, disse a presidente
O ministério tem sido alvo de disputa política entre o grupo do governador Cid Gomes (Pros) e a cúpula nacional do partido. Teixeira assumiu a Integração no ano passado, após consulta de Dilma a Cid.
O líder do Pros na Câmara dos Deputados, Givaldo Carimbão (AL), comunicou ao ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que o partido quer substituir Teixeira por um “militante do Pros”. Caso contrário, o Pros pode não apoiar a reeleição de Dilma. Em resposta, Cid reclamou publicamente da “chantagem” de seus correligionários.
O secretário estadual da Saúde, Ciro Gomes (Pros), por sua vez, declarou que seu próprio partido está botando “a faca no pescoço da presidente para nomear corrupto interessado em roubar e não em fazer políticas públicas decentes”.
Ontem, Dilma, Cid e Ciro dividiram o voo entre os municípios de Juazeiro do Norte e Jati, no Cariri. Nos bastidores, especulou-se que os três devem ter tratado do imbróglio envolvendo a direção nacional do Pros e os irmãos Ferreira Gomes.