Uma foto recebida pelo EXTRA nesta quinta-feira, via WhatsApp, mostra o corpo do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos, caído dentro da creche do Pavão-Pavãozinho, no local em que foi encontrado pela polícia. Na imagem, é possível ver, nas costas do jovem, a marca do tiro que o rapaz levou. Ele aparece na imagem caído num beco, dentro da creche, com o rosto encostado numa parede e uma das pernas dobradas.
Ao encontrar o cadáver, na última terça-feira, a perícia do local apontou que as escoriações apresentadas pelo dançarino eram “compatíveis com morte por queda”, sem mencionar a perfuração por arma de fogo. Apenas no dia seguinte, foi divulgado que DG tinha tomado um tiro antes de morrer.
Questionada nesta quinta-feira sobre um possível erro da perícia de local, a assessoria de imprensa da Polícia Civil afirmou, em nota, que nesse primeiro momento, procura-se mexer o mínimo possível no cadáver e verifica-se a cena do crime.
Ainda de acordo com o comunicado, as feridas e a causa da morte são vistas na necropsia no Instituto Médico Legal, num segundo momento. A assessoria esclarece ainda que até o momento não foram encontrados sinais de espancamento no corpo
de Douglas.
Nessa quinta-feira, foram ouvidos oito os nove policiais envolvidos no tiroteio que terminou com a morte de DG. Todos negaram que tenham atirado no jovem. Os PMs contaram que foram vítimas de uma emboscada de traficantes - inclusive do chefe do tráfico da comunidade, Adauto do Nascimento Gonçalves, o Pitbull, que estava na quadra do Pavão-Pavãozinho - e que apenas revidaram os tiros dados por bandidos. Segundo a polícia, cinco PMs estavam há apenas 20 dias no policiamento da favela, e ainda não conheciam bem a área. Eles são oriundos da UPP do Complexo do Alemão.
As armas utilizadas pelos PMs - seis fuzis e dez pistolas - já foram enviadas para o Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). A reconstituição do crime será feita nos próximos dias.