quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Jovem morre sem diagnóstico após oito idas a pronto-socorro, diz família

Familiares de uma jovem de 25 anos, morta na madrugada desta quinta-feira (9), acusam a Prefeitura e a Santa Casa de Franca (SP) de negligência. Segundo o pai da vítima, a auxiliar administrativo Luara Prieto Ribeiro morreu depois de submeter-se a uma cirurgia no hospital. Antes do procedimento, no entanto, a jovem teria passado pelo Pronto-Socorro "Dr. Álvaro Azzuz" oito vezes. Sem um diagnóstico específico, a família da vítima registrou um boletim de ocorrência por morte suspeita.

A Secretaria de Saúde informou que abriu uma sindicância para apurar o caso. A Santa Casa também investiga se houve falha no atendimento à paciente.

Segundo o pai de Luara, o empresário Silson Ribeiro da Silva, a jovem começou a se queixar de dores abdominais no dia 15 de dezembro. No pronto-socorro municipal, Luara foi medicada e posteriormente liberada. As dores, no entanto, permaneceram. De acordo com Silva, a filha voltou ao pronto-socorro outras sete vezes, até ser encaminhada para internação na Santa Casa.

"Todas as vezes que ela foi [ao pronto-socorro], os médicos falavam para ela tomar um remédio qualquer. Um dava antibiótico e o outro tirava. No dia 23 de dezembro, ela foi internada. Saiu do hospital no dia 26. Teve alta com dores ainda. 

No dia 31 de dezembro, Luara voltou a passar mal e foi novamente encaminhada para a Santa Casa. Segundo Silva, a jovem fez uma endoscopia no dia 3 de janeiro, e passou por uma cirurgia na segunda-feira (6). Do centro cirúrgico, Luara foi direto para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) da Santa Casa. "A cirurgia era para levar três horas. Demorou oito. Chegando lá ela teve uma parada cardíaca de dois minutos. Ela foi ressuscitada e continuou no CTI", diz.

O empresário conta que depois da cirurgia continuou sem respostas sobre o diagnóstico da filha. "Eu ia conversando, perguntando e ninguém me dava resposta. Só falavam que era um caso sério", afirma. Na noite desta quarta-feira (8), Luara não resistiu e morreu.

Indignado, Silva registrou um boletim de ocorrência. Para o empresário, houve negligência no atendimento. "Tenho certeza que se ela tivesse sido atendida desde a primeira vez, ela ainda estaria comigo. Minha filha morreu porque o pronto-socorro não deu nenhuma assistência. Não fez um exame de sangue. Mataram minha filha. Era minha estrela, minha vida", diz.

Abertura de sindicância

A Secretaria de Saúde de Franca abriu sindicância interna na pasta e na Santa Casa para apurar o caso. "Vamos apurar a realidade do caso para que possamos dar uma resposta à família da jovem, bem como a abertura de uma sindicância junto ao comitê de ética médica", afirma a secretária Rosane Moscardini.

De acordo com Rosane, o diagnóstico do primeiro atendimento da paciente aponta que Luara tinha uma infecção de urina.

A Santa Casa de Franca informou que também investiga se houve falha no atendimento à paciente.