sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Número de mortes por gripe suína no Ceará, neste ano, já é o maior registrado

O ano de 2013 já é o maior em número de mortes no Ceará entre pacientes com Influenza, conhecida como gripe suína ou gripe A. Desde o primeiro dia de janeiro até 27 de julho, já foram contabilizados 12 óbitos em decorrência do vírus, que é monitorado desde 2009 em território cearense. Na última semana epidemiológica, mais um caso foi confirmado.

Apesar de ainda não ser o ano com maior número de casos confirmados - em 2012 foram 141 -, 2013 tem se destacado negativamente pela quantidade de falecimentos. Foram 381 casos notificados, dos quais 111 (29,2%) foram confirmados. 

Destes pacientes, 55 foram hospitalizados e 12 acabaram não resistindo aos sintomas da doença.

O município de Fortaleza foi responsável por 74,8% (285) das notificações (casos suspeitos). Além da Capital, foram confirmados casos em residentes de Acarape, Aurora, Baturité, Boa Viagem, Horizonte, Iguatu, Jaguaribe, Juazeirodo Norte, Limoeiro do Norte, Maracanaú, Milhã, Pindoretama, Senador Pompeu e Quixeramobim.

Após Fortaleza, Pedra Branca reaparece com números alarmantes

Em 2011, um surto de gripe suína assustou a população de Pedra Branca, localizada a 261,6 quilômetros de Fortaleza. 

Foram pelo menos 13 casos confirmados naquele ano. Dois anos depois, o temor voltou à cidade. Já foram registrados 12 casos suspeitos, com 7 confirmações.

Outro município com números alarmantes é Boa Viagem, situado a 217 quilômetros da Capital, e que possui 52 mil habitantes. Foram confirmados, somente neste ano, 10 casos. Números superiores a municípios da Região Metropolitana de Fortaleza. Uma pessoa morreu.

Secretaria de Saúde do Estado acredita que identificação da doença melhorou

O aumento proporcional do número de falecimentos associados a doença em 2013 pode ser associado a uma maior 

investigação dos óbitos, segundo o coordenador de promoção e proteção à saúde da Secretária de Saúde do Estado, dr. 

Manoel Fonseca

Foram instalados, no fim do segundo semestre de 2011, hospitais sentinelas, unidades que monitoram as reações adversas e queixas técnicas de produtos de saúde, bem como os exames pós óbito com suspeitas de gripe suína. "Nos hospitais sentinelas, os exames com suspeita da doença são analisados, ocasionando uma maior identificação de casos", afirma o infectologista.

Ainda de acordo com Fonseca, outro fator que pode ter influenciado o aumento no número de óbitos em 2013 é a existência de doenças secundárias nos portadores do vírus que vieram à óbito. Apesar dos números, a Secretaria de Saúde do Ceará descarta a possiblidade de uma epidemia.

Grupos de risco são os que mais sofrem com a doença

Dentre os casos confirmados com complicações, 56,3% apresentavam alguma condição ou fator de risco, sendo 10 gestantes, cinco pneumopatas, quatro cardiopatas, três tabagistas, dois portadores de doença metabólica, dois imunodeprimidos, um portador de doença neurológica, um portador de síndrome de down, um obeso, um idoso acima de 65 anos. Na comparação entre os sexos, o número de mulheres foi superior aos de homens infectados. Cerca de 61% (68) eram do sexo feminino e 38,7% (43/111) eram do sexo masculino.

A a média de idade dos infectados foi de 35 anos. Além de febre, tosse e dispnéia, os sintomas mais frequentes apontados pelos pacientes foram coriza 59,5% (66/111), mialgia 58,5% e dor na garganta 54%.