segunda-feira, 3 de junho de 2013

Mulher é presa no DF após agredir e insultar vendedores negros

Uma mulher de 48 anos foi presa na tarde deste domingo (3) suspeita de chamar dois vendedores de “neguinhos” e de bater e arranhar outros dois funcionários de uma padaria da 113 Sul, em Brasília, por discordar do preço cobrado pelo suco e pelo salgado que ela comeu no estabelecimento – R$ 8,14. A mulher foi indicada por por injúria racial e agressão.

O estabelecimento disse estar adotando os procedimentos legais que cabem ao caso. A Polícia Civil informou que ela já foi transferida para o Presídio Feminino do DF.

A ocorrência foi denunciada por uma cliente, que fez imagens das agressões pelo celular e as divulgou em redes sociais. 

Um dos sócios, Luiz Guilherme Carvalho disse que a cliente havia consultado o cardápio antes de pedir o lanche, mas que só na hora de pagar a conta questionou o preço. “Ela deu tipo um escândalo, perguntando que valores eram aqueles. Nosso gerente, que é negro, se aproximou para saber o que estava acontecendo. É o trabalho dele, inclusive, agir assim nessas situações. Aí começaram os insultos. Depois nossa técnica de nutrição também se aproximou e ela ficou gritando ‘agora vem mais outra negra para tentar me roubar’.”

A padaria, que funciona há 13 anos no local e tem outra unidade em Brasília, falou em nota que os funcionários continuam trabalhando normalmente e que repudia todo tipo de preconceito. Carvalho destacou o estranhamento dele e dos outros sócios diante da situação.

"A gente ficou muito surpreso. No mundo de hoje ainda ter gente com essa cabeça, é lamentável. 

A suspeita foi indiciada por injúria racial e  lesão corporal. A Polícia Civil não informou por quanto tempo ela pode ficar presa, caso seja condenada. No ano de 2012, a Secretaria de Segurança Pública registrou 409 casos de injúria racial.

Dados da Companhia de Planejamento indicam que 53,5% da população no DF são de negros e pardos. 

Para fazer a denúncia, é preciso ligar para o telefone 156, opção 7. As denúncias são tratadas de forma sigilosa.