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Há pouco mais de um mês, a jornalista Railani Gomes testou positivo para a COVID-19. Ela conta que desde o início da pandemia, os cuidados com a saúde foram redobrados.
Cada data para mais uma dose da vacina foi respeitada. Porém, com a flexibilização do uso de máscaras foi inevitável contrair o vírus.
Railani relatou os primeiros sintomas: calafrio, febre, dor no corpo. Perda de olfato e paladar também foram observados pela jornalista. A confirmação da doença veio após realização de um teste rápido na farmácia. Desde então, ficou em isolamento e seguiu a recomendação médica. “O tratamento foi seguido à risca”, conta.
Apesar disso, Railani explica que até hoje tem os sintomas da doença, apesar de não estar mais com o vírus no corpo. Já foram duas idas ao hospital e incontáveis remédios para aliviar os sintomas. Tosse, dor no peito e desconforto na hora de dormir são as sequelas deixadas pela doença.
Síndrome pós-COVID-19
A síndrome pós-COVID-19 ou covid longa, como também é conhecida, tem se tornado cada vez mais comum. O médico e coordenador da Unidade Covid, em Juazeiro do Norte, Dr. Leonardo Nunes, explica que essa síndrome consiste na persistência de sintomas residuais após a covid. “Normalmente aparecem três meses após a infecção”, diz.
São sintomas como os relatados pela jornalista, mas também há outros: fraqueza muscular, insônia, dificuldade de respirar e cefaleia. Sintomas emocionais como depressão e ansiedade também podem ser notados no pós-covid.
“Ainda não existe uma causa estabelecida. No momento, consideramos uma condição multicausal. Se dá tanto por uma predisposição do indivíduo como também pode estar relacionado a um fator extrínseco do próprio vírus”, explica o médico. Os sintomas do pós-covid são mais comuns em idosos, pacientes que tiveram muitos sintomas e aqueles que têm histórico de problema respiratório crônico, como a asma.
O problema pode ser resolvido com medidas de reabilitação ou suplementação de vitaminas, de acordo com o orientado pelos especialistas, mas nem todo caso é algo simples, como alerta o Dr. Leonardo. “A persistência dos sintomas pode denotar uma sequela grave como fibrose pulmonar ou fibrose renal. Por isso, é indispensável o acompanhamento com um profissional”, enfatiza.