Um pesquisador do Chipre disse, na sexta-feira, em programa da Sigma TV, ter identificado uma cepa de Covid-19 que combina delta e ômicron. De acordo com Leondios Kostrikis, professor de ciências biológicas da Universidade de Chipre e chefe do Laboratório de Biotecnologia e Virologia Molecular, a descoberta foi chamada de “deltacron” devido à identificação das assinaturas genéticas.
A notícia foi reproduzida por diferentes veículos da imprensa internacional, como Bloomberg e Cnbc ao longo deste fim de semana. Segundo esses, seriam 25 casos identificados, ainda sem informação de serem mais patológicos ou contagiosos.
No entanto, alguns cientistas negaram a existência de tal variante. A especialista da OMS (Organização Mundial da Saúde) Krutika Kuppalli disse, pelo Twitter, não acreditar na mistura. “Ok, pessoal, vamos tornar este um momento ensinável, não existe tal coisa como deltacron. Ômicron e delta não formaram uma super variante. Este é provavelmente um artefato de sequenciamento (contaminação de laboratório de fragmentos de ômicron em uma amostra deelta), tuítou.
O virologista Tom Peacock, do Imperial College London, fez uma postagem similar. “Quando novas variantes vêm através do sequenciamento de laboratório, a contaminação não é tão incomum (volumes muito pequenos de líquido podem causar isso) – apenas geralmente essas sequências claramente contaminadas não são relatadas pelos principais meios de comunicação”, criticou.
Ao Bloomberg, Kostrikis se defendeu ao dizendo que a “deltacron” não é um erro de laboratório, e o sequenciamento foi feito em várias máquinas, inclusive fora do Chipre.
A OMS ainda não se posicionou oficialmente.
Fonte: O Tempo