domingo, 27 de setembro de 2020

Ex-secretário suspeito de matar pré-candidato a vereador se entrega em MG

Remis
Legenda: Cássio Remis, a vítima, fez uma live criticando a prefeitura momentos antes de ser assassinadoFoto: Facebook/Reprodução

O ex-secretário de Obras da cidade Patrocínio (MG), Jorge Marra (PTB), suspeito de matar a tiros na última quinta-feira (24) o pré-candidato a vereador Cássio Remis (PSDB), entregou-se na tarde deste domingo (27) à Polícia Civil de Minas Gerais.

Jorge Marra, que é irmão do prefeito de Patrocínio, Deiró Marra (DEM), apresentou-se acompanhado por advogados e seria ouvido em seguida pelos delegados que comandam a investigação.

De acordo com a Polícia Civil, os advogados dele comunicaram informalmente na sexta-feira (25) que Jorge Marra iria se entregar espontaneamente após ter a prisão preventiva decretada pela polícia um dia após o crime.

O carro do suspeito e a arma possivelmente utilizados no crime foram encontrados na sexta na garagem da casa de um político em Perdizes, a 64 km de Patrocínio. O veículo passa por perícia.

Durante a tarde da última quinta (24), enquanto fazia uma live denunciando uma obra realizada pela Prefeitura de Patrocínio, Cássio Remis foi interrompido pelo então secretário de Obras, Jorge Marra, que chegou em uma caminhonete branca e tomou o celular do político.

"Tá aqui o secretário. Chegaram aqui para me agredir, entendeu? Não pega meu telefone!", falou o pré-candidato antes de ter o celular tomado. Em outro vídeo, é possível ver o secretário saindo com o veículo e Remis na frente do carro tentando impedir que o celular fosse levado. Depois disso, o pré-candidato tentou entrar na Secretaria de Obras para recuperar o aparelho, momento no qual foi baleado.

O prefeito Deiró Marra se pronunciou no dia do crime. "Nós lamentamos tudo que aconteceu, essa sequência de fatos — absolutamente, eu diria, injustificáveis — que culminaram com a morte do vereador Cássio Remis", declarou Deiró.

Em consideração à trajetória de Remis, a prefeitura decretou luto de três dias. Jorge Marra foi exonerado do cargo no dia seguinte ao crime.