Com direito a sufoco, sustos na defesa e clima de Libertadores, o Grêmio conquistou uma vitória apertada sobre o Pachuca, por 1 a 0,
nesta terça-feira (12), na cidade de Al Ain, em sua estreia no Mundial
de Clubes da Fifa. O triunfo, com gol somente na prorrogação, levou o
time brasileiro à final da competição disputada nos Emirados Árabes
Unidos.
O gol salvador foi marcado por Everton, que entrou no
segundo tempo da partida, aos 4 minutos da etapa inicial da prorrogação.
O suado triunfo teve cara de Libertadores, com faltas duras, catimba de
ambos os lados, reclamações contra a arbitragem e muita marcação em
campo.
A forte disposição tática das duas equipes deixou a partida travada,
com boa movimentação, mas poucas chances reais de gol. Com dificuldades
diante do Pachuca, o Grêmio só conseguiu levar perigo em lances de bola
parada. A equipe mexicana, liderada pelo japonês Honda (ex-Milan),
atacou com mais facilidade, porém não aproveitou suas chances.
Se o primeiro tempo foi marcado pelo clima de Libertadores, o segundo
teve muito nervosismo e erros dos dois lados. As oportunidades se
alternaram para as duas equipes, que precisaram da prorrogação para
balançar as redes. Coube ao Grêmio decidir, em rápida cobrança de
lateral de Cortez, que acionou Everton para o gol heroico.
Com a vitória, o time gaúcho agora aguarda pelo Real Madrid. Os bicampeões da Liga dos Campeões vão estrear nesta quarta (13), contra o Al Jazira,
às 15 horas (horário de Brasília). O time espanhol, dos brasileiros
Marcelo e Casemiro, é o atual campeão mundial. A final será às 15 horas
de sábado (16), em Abu Dabi.
O jogo
Com Michel no lugar do machucado Arthur, o Grêmio entrou em campo sem maiores surpresas na equipe.
O quarteto formado por Ramiro, Luan, Fernandinho e Lucas Barrios
liderava as ações ofensivas, diante do bem postado time mexicano,
principalmente no primeiro tempo.
O duelo começou equilibrado, com chances medianas para os dois lados.
Fortaleza da defesa gremista na Libertadores, Marcelo Grohe mostrou
insegurança nesta estreia no Mundial. Ele saiu mal do gol em lances
aéreos e preocupou a torcida gremista presente no estádio.
No ataque, o Grêmio apostava na infiltrações e tabelas que fizeram
sucesso na Libertadores. Mas não teve sucesso na etapa inicial. O
meio-campo ficava travado na marcação mexicana e não ameaçava nem em
contra-ataques.
As melhores oportunidades surgiam somente em lances de bola parada.
Aos 16, Edílson bateu falta direto, de longe, e mandou rente ao
travessão. Em outra cobrança, Fernandinho arriscou de longe aos 40 e
também chutou por cima do gol.
O Pachuca, por sua vez, conseguia entrar com mais facilidade na área e
levava maior perigo, sem depender da bola parada. Na melhor
oportunidade, Honda investiu na área e só não marcou porque foi
bloqueado por Cortez no momento preciso da finalização, aos 45 minutos.
Para o segundo tempo, o Grêmio voltou melhor. Demonstrando maior
confiança em campo, passou a atacar de forma mais consistente.
Contribuiu também a entrada de Jael no lugar de Barrios. Com esta
mudança, o time gaúcho levou perigo aos 14, com Luan, e aos 16, em
furada do ataque gremista na pequena área.
O Pachuca, contudo, não deixou por menos e também foi para o ataque. E o
jogo ganhou em equilíbrio novamente, com chances para os dois lados.
Aos 29, Edílson acertou boa cobrança de falta, de longe, e mandou rente à
trave. O time mexicano respondeu com cabeçada de Guzmán, que raspou a
trave, aos 35.
Antes do fim do tempo normal, Luan desperdiçou chance incrível na
pequena área, aos 42 minutos, ao errar o domínio de bola, que parou nas
mãos do goleiro Pérez. O time brasileiro ainda tentou pressão nos
minutos finais, sem sucesso.
Na prorrogação, Renato Gaúcho surpreendeu ao trocar Edílson por Léo Moura,
na lateral. Mas foi outro jogador que entrou em campo no decorrer do
jogo que decidiu em campo. Everton marcou o gol da vitória aos 4 minutos
da etapa inicial do tempo extra. Cortez cobrou lateral
com rapidez, pela esquerda, e acionou Everton, que entrou na área,
cortou para dentro e bateu forte, para as redes.
Nos minutos finais, o Pachuca mal esboçou reação na tentativa de buscar
o ataque. Para piorar, Guzmán levou o segundo cartão amarelo e foi
expulso de campo. Com um a menos, o time mexicano não teve forças para
igualar o placar.