Após um ano marcado por preocupantes epidemias de febre chikungunya e
dengue, Fortaleza chega a dezembro com bons resultados no último
Levantamento Rápido de Índice para Aedes aegypti (LIRAa) de 2017. De
acordo com o documento, divulgado nesta semana pela Secretaria Municipal
de Saúde (SMS), dos 119 bairros da Capital, 35 não apresentaram risco
de infestação pelo mosquito transmissor das arboviroses e 54 tiveram
Índice de Infestação Predial (IIP) inferior a 1%, desempenho considerado
satisfatório pelo Ministério da Saúde.
Os dados são referentes ao período entre 23 de outubro e 1º de
novembro. Ainda conforme o levantamento, nenhum bairro da cidade
encontra-se em situação de risco de surto das doenças, na qual o IIP
registrado é superior a 4%.
O coordenador de Vigilância em Saúde da SMS, Nélio Morais, destaca que o
índice geral da Capital, totalizado em 0,63%, foi o menor registrado
desde que Fortaleza passou a elaborar o LIRAa, no início dos anos 2000.
No entanto, se em algumas áreas da Capital, os resultados foram
favoráveis. Ainda há 30 bairros na cidade em situação de alerta para
infestação predial.
As regionais I e III são as mais ameaçadas. Na primeira, onde estão
localizados bairro como Cristo Redentor, Álvaro Weyne e Jardim Iracema, o
IIP geral atingiu 1,07%. Na segunda, que abrange o Centro, a Praia de
Iracema e a Praia do Futuro, o IIP calculado foi de 1,01%. Segundo
Morais, as condições naturais do período avaliado, tidas como
desfavoráveis à reprodução do Aedes aegypti, aliadas às ações de
controle realizadas ao longo do ano na Capital, favoreceram a redução
dos índices de infestação predial em parte da cidade.
Ele afirma, contudo, que não há garantias de que os resultados
observados funcionam como prevenção contra novas epidemias em 2018.
"O valor preventivo, de dizer se haverá ou não epidemia no ano que vem,
é muito baixo. Não há sustentabilidade para isso, não podemos nos
iludir. Já tivemos um LIRAa muito bom no fim do ano de 2007, por
exemplo, mas de 2007 para 2008, tivemos epidemia", lembra Morais.
Depósitos
Conforme o documento divulgado nesta semana pela Secretaria Municipal
de Saúde, os depósitos ao nível do solo (tanques, tambores, baldes)
foram, mais uma vez, os tipos de criadouros predominantes na cidade,
seguidos pelos depósitos móveis (vasos com plantas) e pelos depósitos
fixos (calhas, lajes).
Os dados do LIRAa atual servirão para nortear as ações da SMS até o mês
de janeiro, quando um novo levantamento será realizado, às vésperas do
início da quadra chuvosa de 2018. Com base nas informações obtidas, o
coordenador afirma que a prioridade será intensificar os trabalhos de
coleta de lixo, limpeza de quintais e telamento de cisternas e caixas
d'água.
"Com esforço concentrado depois do levantamento, pretendemos, até 30 de
dezembro, baixarmos para menos de 1% nas regionais I e III. Queremos
entrar no mês de janeiro de forma mais segura", destacou o coordenador
da SMS, Nélio Morais.