Se
você é do tipo que segura a vontade de fazer xixi para terminar uma
conversa, concluir uma tarefa, ver o finalzinho daquele filme ou
simplesmente por preguiça de levantar e ir até o banheiro, é melhor
repensar essa atitude. É certo que os efeitos mais graves acontecem
somente quando essa “segurada” acontece repetitivamente e por longo
tempo, mas entre as consequências estão o aumento de chances de
infecções e a impossibilidade de esvaziar a bexiga totalmente.
Adultos
conseguem comportar 500 ml de urina até sentirem a necessidade de ir ao
banheiro. Receptores controlam a capacidade da bexiga e quando o limite
é atingido eles enviam uma mensagem ao cérebro que provoca a vontade de
urinar. Quando você decide segurar, a saída da bexiga se contrai para
não deixar a urina chegar à uretra. A consequência a curto prazo, é você
terminar com as calças molhadas.
O
resultado a longo prazo implica no enfraquecimento do músculo da bexiga
e impossibilidade de conter a necessidade de fazer xixi ou de eliminar
100% da urina. No segundo caso, a sua bexiga se torna um ambiente
perfeito para a proliferação de bactérias e, consequentemente,
infecções. Segundo a Associação Mineira dos Centros de Nefrologia
(Amicen), os sintomas da infecção urinária são incômodos, incluem urina
turva, vontade constante de urinar, dores no abdome ou costas e ardor ao
urinar. Eles, porém, são tratáveis e desaparecem cerca de 48 horas após
o início do tratamento, caso a infecção não tenha afetado os rins.
Ao
mesmo em que as mulheres são “melhores” em segurar a vontade de urinar,
elas também têm 50 vezes mais chances de sofrer infecções do que os
homens. Segundo o Ministério da Saúde, 30% da população feminina
apresenta infecção urinária ao longo da vida. O ideal é esvaziar a
bexiga pelo menos a cada quatro horas, de acordo com a fisioterapeuta
Marcelle Pinheiro. É claro que segurar o xixi não é a única causa do
problema, a lista inclui: anatomia, menopausa, relações sexuais, higiene
pessoal e uso de fraldas.
Complicações e tratamento
A
infecção urinária deve ser tratada com acompanhamento médico e uso de
antibióticos. Sintomas como dor nos flancos e costas, calafrios e febre
podem indicar o avanço da infeção para os rins. O risco de infecção do
sangue, porém, é mais alto em crianças e idosos. A melhor forma de
combater o problema é a prevenção e hábitos saudáveis. Higiene, ir ao
banheiro sempre que sentir necessidade e urinar antes e após relações
sexuais estão entre os principais cuidados, de acordo com a Amicen.