Os preços da gasolina, do botijão de gás e das refeições que os
brasileiros fazem foram de casa aum entaram e puxaram a alta da prévia da
inflação oficial, que avançou de 0,39% em setembro para 0,66% em
outubro. Esse índice foi o mais elevado para um mês de outubro desde
2002, quando o IPCA-15 atingiu 0,90%.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, a prévia da inflação oficial acumula alta de 8,49%. De acordo
com a série histórica da pesquisa, é o maior resultado, considerando o
período de janeiro a outubro, desde 2003. Naquele ano, o indicador ficou
em 9,17%. Em 12 meses, o IPCA-15 chegou a 9,77%, bem acima do teto da
meta de inflação do Banco Central, de 6,5%.
O resultado em 12 meses está acima do que previram os economistas do
mercado financeiro no boletim Focus mais recente. Para 2015, a expectativa
é de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche o ano em
9,75%. Se confirmada a estimativa, representará o maior índice em 13
anos, ou seja, desde 2002 – quando somou 12,53%.
De setembro para outubro, o que mais pesou para que o índice avançasse
foi o aumento de preços dos grupos de gastos relativos a habitação (de
0,68% para 1,15%), a transportes (de 0,78% para 0,80%) e a alimentação e
bebidas (de -0,06% para 0,62%).
De acordo com o IBGE, entre todas as pressões sobre o IPCA-15, a maior foi a do botijão de gás,
que ficou 10,22% mais caro em outubro. Esse aumento ainda ficou abaixo
do reajuste máximo permitido pela Petrobras a partir de setembro.
Depois do gás de cozinha vem a gasolina, cujo preço subiu 1,70%, reflexo do reajuste de 6% nas refinarias autorizado
pela Petrobras e que começou a valer no final do mês passado. Mas não
foi só a gasolina que ficou mais cara. O preço do litro do álcool
avançou 4,83% nas bombas, "contribuindo também para a alta da gasolina,
já que faz parte de sua composição".
No grupo de gastos com alimentação bebidas, os alimentos consumidos em
casa subiram 0,39% e os fora de casa, 1,06%. Os reajustes ocorreram
porque ficaram mais caros o frango inteiro (5,11%), a batata-inglesa
(4,22%), o arroz (2,15%), o pão francês (1,14%) e as carnes (0,97%).
Entre os locais pesquisados pelo IBGE, a que mostrou o maior aumento de preços foi Brasília (1,28%), e o menor foi a região metropolitana de Recife (0,24%).