A presidente da República, Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição, afirmou nesta segunda-feira (8), em entrevista ao "Estado de S.Paulo", que desconhecia qualquer suposto esquema de corrupção dentro da Petrobras, mas disse que o governo vai se empenhar na investigação.
Segundo Dilma, não houve qualquer pedido a ela, quando assumiu, para que mantivesse a direção da empresa do governo anterior, de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010). "Eu não tinha a menor ideia de que isso ocorria dentro da Petrobras", disse. "Eu substitui aqueles que eu não considerava melhores para a minha equipe."
Segundo a presidente, ela determinou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que ele fizesse um ofício à Polícia Federal pedindo mais informações. "Se tiver algum funcionário do governo, qualquer pessoa do governo federal envolvida, queríamos ter acesso para tomarmos as providências. Baseadas em informações oficiais", disse.
Segundo a edição da revista "Veja" que começou a circular neste sábado (6), o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa revelou o nome de vários parlamentares e governadores que teriam recebido propina.
Os nomes revelados por Costa incluem pessoas ligadas às duas candidatas que lideram as pesquisas eleitorais para a Presidência, Dilma e Marina Silva (PSB).
A relação dos citados pelo ex-executivo da Petrobras vai do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto no último dia 13.
"A revista que divulga diz que tem as informações, mas não de onde as tirou. Estamos pedindo à Procuradoria Geral da República que nos informe para eu procedermos com as providências cabíveis. Se estiver [a pessoa] comprometida, é afastamento puro e simples. Eu sou presidenta. Tenho de acatar informações oficiais, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. Não quero dar à imprensa um caráter que ela não tem", disse.
A presidente disse que nos últimos três governos houve investigação, ao contrário do que ocorria antes. "Quem não investiga não descobre. Não engavetamos. Nós investigamos, fizemos o dever de casa. Não deixamos escondido debaixo do tapete. O que aumentou foi a investigação da corrupção", disse.
Fonte: UOL