quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Médica cubana pede asilo político ao governo brasileiro após deixar o programa Mais Médicos

A médica cubana Ramona Matos Rodriguez, que atuava no programa Mais Médicos na cidade de Pacajá/PA, deixou o estado em busca de refúgio no gabinete da liderança do DEM na Câmara dos Deputados, onde se encontra desde a última terça-feira (4).

O parlamentar Ronaldo Caiado (DEM-GO), que desde o início do Mais Médicos critica o governo federal pela condução do programa, informou que Ramona entrou em contato com ele por telefone ao tomar conhecimento da sua atuação em defesa dos médicos cubanos que vieram para o Brasil por meio do Mais Médicos. "Há seis meses estamos dizendo à população que não tivemos nada contra o programa. Denunciávamos o fato de os cubanos estarem sendo usados como mão de obra escrava", salientou.

Segundo Caiado, Ramona alegou que o motivo do refúgio foi a descoberta de que a população brasileira paga aos médicos estrangeiros R$ 10 mil, enquanto os cubanos recebem 400 dólares (aproximadamente R$ 965) por mês. "Isso caracteriza a intermediação de uma mão de obra escrava. É nítido esse crime sendo praticado", disse o deputado. A médica pedirá asilo ao governo brasileiro, porém, até obtê-lo, Caiado disse que Ramona ficará no gabinete da liderança do partido.

De acordo com informações do site G1, Ramona afirmou que tinha permissão do governo cubano para visitar outras cidades do Brasil, mas destacou que precisava avisar a um “supervisor cubano” que ficava em Belém, caso quisesse se deslocar. A especialista em clínica médica ainda relatou que, no início do programa, foi informada que os médicos poderiam trazer familiares para o País, mas que isso não está sendo possível. Além de estar preocupada com a filha, que também é médica e mora em Cuba, Ramona teme ser presa, o que pode acontecer caso não consiga asilo político no Brasil.

Na manhã desta quarta-feira, Ronaldo Caiado se reúne  com Ministério da Justiça para informar a situação de Ramona e acelerar a resolução do caso. "O clamor dela é por liberdade; receber o que é justo, que é a liberdade. Vou dar o conhecimento dos fatos ao Ministério da Justiça e aguardar para que ela (Ramona) possa ter tranquilidade e liberdade em solo brasileiro o mais rápido possível", concluiu o parlamentar.