terça-feira, 19 de novembro de 2013

Camisa e Marselhesa pesam, França consegue o improvável e vai à Copa

Não duvidem do peso de uma camisa. Não duvidem da força de uma torcida, que canta a plenos pulmões um hino (francês) como a Marselhesa. Nesta terça-feira, no Stade de France, a França conseguiu o improvável, venceu a Ucrânia por 3 a 0 a selou sua classificação para a Copa do Mundo de 2014. Após dois confrontos, o time de Ribery inverteu a vantagem ucraniana e venceu, no placar agregado, por 3 a 2. Sakho, Benzema e GuSev, contra, marcaram os gols da partida. 

Foi a primeira vez na história das eliminatórias europeias para um Mundial que uma equipe inverteu, na repescagem, uma vantagem de dois gols. O resultado histórico e heroico evitou que a França ficasse fora de uma Copa do Mundo, algo que não acontecia desde 1994. Por sua vez, caso o Uruguai confirme sua vaga nesta quarta-feira (venceu a Jordânia no jogo de ida por 5 a 0), todas as seleções campeãs do mundo estarão no Brasil em 2014. Nesta terça, Portugal, Croácia e Grécia também confirmaram vaga no torneio.    

Apesar da situação delicadíssima, a torcida francesa fez sua parte e lotou o Stade de France.
A ocasião, no entanto, exigia algo a mais dos franceses. E eles compraram a ideia. No momento da execução da Marselhesa (hino francês), cantaram a pleno pulmões. Durante toda a partida, cantaram alto e balançaram as inúmeras bandeiras do país e, algumas, do Brasil, em alusão ao Mundial, que será disputado em 2014.

Em campo, o time correspondeu ao apoio. Com apenas três minutos de jogo, os franceses já haviam levado perigo em três oportunidades. Em uma delas, Valbuena, novidade na equipe titular para o jogo de volta, chutou da entrada da área, mas o goleiro Pyatov operou um milagre. 

A França começou voando e não tirou o pé do acelerador em nenhum momento da primeira etapa. O primeiro gol demorou 20 minutos até a sair, tamanha a pressão francesa. E surpreendentemente, ele veio dos pés de um zagueiro. Ribery chutou forte da entrada da área, e Sakho completou no rebote do goleiro. Primeiro passo dado. 
O gol inflamou ainda mais os franceses, e em campo a pressão continuou. Aos 29, Ribery encontrou Benzema em posição legal na área, e o atacante do Real Madrid mandou para as redes. No entanto, a arbitragem errou e anulou o lance. 

Quatro minutos depois, como uma espécie de compensação, a França chegou ao segundo, desta vez, de maneira ilegal. Aos 33, Pogba chutou da entrada da área, e Valbuena desviou. A bola parou nos pés de Benzema que, em posição irregular, completou para o gol. O placar do primeiro jogo já estava igualado. Faltava o terceiro, o gol da classificação. 

Expulsão facilita vida da França

No segundo tempo, a França teve o trabalho facilitado com menos de um minuto de bola rolando. Khacheridi, que já havia recebido cartão amarelo, deu uma entrada duríssima em Ribery e foi expulso. O cartão vermelho inflamou a torcida no Stade de France, mas o ritmo dos franceses já não era o mesmo, após a correria no primeiro tempo. 
Cansados, já não criavam tantas chances de gols. Mesmo assim, eram melhores em campo e dominavam a assustada Ucrânia. Aos 27, no entanto, o tão esperado gol aconteceu. Após rebote do goleiro Pyatov, Matuidi deixou de calcanhar para Pagba. O volante do Juventus chutou cruzado e, Gusev, pressionado por Sakho, mandou contra o próprio gol. O tão sonhado milagre tinha virado realidade. A França, tradicional carrasca da seleção brasileira em Copas do Mundo (responsável por três das últimas cinco eliminações da equipe canarinho) estará no Brasil em 2014.