A quadra invernosa (período de chuvas) no Ceará, que ocorre de 1º de fevereiro a 31 de maio, ficou 45% abaixo da média histórica do Estado. Os dados, parciais, são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). Este é o segundo ano seguido de seca que castiga o sertão cearense e parte da região Nordeste.
Em 2012, as precipitações da quadra invernosa ficaram 51% abaixo da média para o período, que é de 790mm. Neste ano, todos os meses da quadra invernosa registraram precipitações abaixo da média histórica do Estado. No período, a média estadual foi de 390mm. Maio foi o mês em que choveu mais neste ano, mesmo assim, terminou com precipitações 8,5% abaixo da média. O momento mais crítico foi em março, que ficou com desvio negativo de 60%, seguido de fevereiro, que registrou menos 53% da média. Em abril, a Funceme registrou 28% de chuva abaixo da média.
Nos últimos três dias, praticamente não choveu no Ceará. "Uma massa de ar seco está sobre o Estado, com pouca umidade", explica o meteorologista da Funceme, Raul Fritz. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) principal sistema causador de chuvas na região, afastou-se mais ainda nos últimos dias em direção ao Norte, posicionando-se bem acima da Linha do Equador. "Isso dificulta a ocorrência de chuva", observa Fritz.
Previsão
Para o mês de junho poderá ocorrer chuvas, mas bem localizadas e de reduzida precipitação. "São as precipitações da pós-estação a partir de instabilidades verificadas no Leste do Nordeste, na Zona da Mata, nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco", explica Fritz.
A Funceme, em janeiro passado, divulgou previsão de chuva para o período de fevereiro, março e abril de 2013. O prognóstico anunciado foi de 45% de probabilidade para a categoria abaixo da normal, 35% para a categoria normal e 20% para a categoria acima da normal. "Infelizmente, as chuvas ficaram 45% abaixo da média, como previmos", disse Fritz.
A estiagem que castiga o Ceará desde 2012 é considerada a pior dos últimos 50 anos. Os produtores rurais enfrentam enormes dificuldades e os criadores registraram perda de animais por causa da fome.