Quem
costuma ir aos supermercados em busca de leite e derivados notou um
aumento nos preços destes nos últimos meses, e teve que gastar um pouco
mais para levar para casa os produtos do café da manhã. A elevação do
leite líquido, por exemplo, de acordo com o vice-presidente da
Associação dos Supermercados do Ceará (Acesu), Nidovando Pinheiro, gira
em torno de 20% e 30%, em decorrência do aumento do milho e da soja -
componentes da ração do gado - que também aumentou.
"Nós
só vemos os preços aumentando a cada dia que passa e perguntamos aos
fornecedores o que está acontecendo. Eles falam que é o custo do milho e
da soja, que estão mais caros, e eles têm que repassar para nós. Todos
os componentes da ração do gado tiveram reajuste, e os produtores
rurais, assim como a indústria, tiveram que fazer isso (elevar os
valores). Já nos comunicaram que subirá mais uma vez porque não há como
segurar. Se não tivermos produtos estocados, teremos que repassar ao
consumidor final", afirma Nidovando Pinheiro.
Repasse integral
Conforme
o vice-presidente da Acesu, os preços mais caros do leite e derivados
já vêm sendo observados há alguns meses, desde junho especificamente, o
que tornou inevitável o repasse integral aos consumidores finais. Quem
vai a mercadinhos e supermercados já sente no bolso a elevação dos
valores destes produtos.
Segundo
o representante da instituição, o preço do leite líquido aumentou entre
20% e 30%, assim como leite em pó. Os queijos, explica, tiveram
elevação de mais de 30% nos valores cobrados, especialmente o muçarela.
Leite condensado, iogurtes e requeijões saltaram entre 10% e 20%, diz
Nidovando Pinheiro.
Estabilização
A
expectativa para os próximos meses, pontua o vice-presidente da Acesu, é
que os preços se estabilizem, já que não há no horizonte chances de
baixarem, o que pode fazer com que as pessoas deixem de comprar leite e
derivados, buscando substituí-los por outros tipos de bebidas e
alimentos.
“Mesmo
que tenha havido um número maior nas compras, por causa do auxílio
emergencial, houve a alta do dólar. Acredito que os preços devam se
estabilizar. Antes tínhamos um reajuste tabelado, agora não. A indústria
e os produtores rurais que decidem. Já percebemos algumas pessoas vendo
outras alternativas, substituindo mesmo. Creio que a compra de leite e
derivados tenda a cair”, lamenta Nidovando Pinheiro.