Os parasitas encontrados nos peixes da espécie Curimatã, no Rio Jaguaribe, na localidade de Quixoá em Iguatu, interior do Ceará, são do gênero Clinostomum e causam a doença dos pontos amarelos,
que pode resultar na morte do animal. Espécies deste gênero de parasita
já foram encontradas em humanos no Japão e Coreia do Sul, com
localização na região da faringe. No Brasil, houve registro em várias
espécies de peixes de água doce.
O laudo foi concluído nesta semana. O Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) recebeu no dia 30 de março,
por meio da Vigilância Sanitária de Iguatu (VSI), amostras de peixes
infestados por larvas. Para classificá-los, o Lacen enviou o material o
Laboratório de Inspeção e Tecnologia de Pescado, do Departamento de
Tecnologia de Alimentos, da Faculdade de Veterinária da Universidade
Federal Fluminense, cujo especialista professor Sérgio Carmona confirmou
o parasita e o identificou.
Os parasitas encontrados nos peixes
possuem como hospedeiro definitivo répteis, aves e mamíferos. A espécie
identificada pela Universidade Federal Fluminense costuma ter como
primeiro hospedeiro o caramujo. De acordo com o titular da VSI, o
biomédico Samuel Bezerra, essas larvas são encontradas geralmente em
criatórios de piscicultura, desde que exista o caramujo, considerado uma
espécie invasora. Quando não há a presença do molusco, o parasita
penetra no peixe, considerado um hospedeiro secundário, alternativo.
"As
larvas contaminam os peixes através de fezes humanas ou de aves
infectadas pela verminose. O homem pode adquirir o contato com a larva
através do banho, onde essa larva sai dos peixes ou caramujo. Não é
recomendado consumir a carne desses animais contaminados, com risco de
acometer o homem. É uma doença rara, mas não é endêmica", comentou.
Até
o momento, não houve mais informações de novos peixes contaminados.
Contudo, vale lembrar que a pesca está proibida devido ao período da
piracema, época de reprodução dos cardumes. Samuel Bezerra recomenda não
consumir peixes da região, nem tomar banho no rio, tendo em vista que a
larva pode penetrar a pele humana. Ele afirma que vai entrar em contato
com as Secretarias do Meio Ambiente do município e do Estado para que
os órgãos averiguem a possível presença de caramujos em açudes com
criatório de peixes.
LUCAS MOTA