quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O que acontece com o programa da Xuxa?

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Veja a situação: no SBT, Ratinho se vê às voltas com a queda de audiência. Seu programa perde para os da Record todos os dias da semana. Menos na segunda, quando o ‘Xuxa Meneghel’ vai ao ar. Pois é, mesmo com o comemorado (pela Record) fim de ‘Verdades Secretas’ e um leve aumento na pontuação, Xuxa continua perdendo para as apelações do concorrente do SBT.

Xuxa chegou à Record com status de craque de seleção que vai jogar em time de médio porte. Foi recebida com pompa, tapete vermelho, entrevista coletiva e outros salamaleques. Então, Xuxa entrou em campo e, para decepção da diretoria, não tem correspondido e nem ajudado o time a subir na tabela. Ou seja, o craque não tem mais aquele “futebol moleque”. Mas qual o problema de Xuxa, afinal? Listemos alguns.

A egolatria
 
Trata-se de uma atração feita para idolatrar a “Rainha dos Baixinhos” (diga-se de passagem, esse negócio de “rei disso” e “rainha daquilo” é uma das coisas mais irritantes da nossa cultura). Uma pesquisa recente encomendada pela Record mostra que a audiência majoritária de ‘Xuxa Meneghel’ é de mulheres e que a faixa etária fica entre 35 e 49 anos. Ou seja, um programa visto por “ex-súditos”. Isso fica bem claro pela histeria de alguns participantes no auditório e pelo chororô que se instala quando Xuxa aparece de, hum, surpresa na casa de algum espectador. Por mais que tente disfarçar, o programa sempre gira em torno desse culto à personalidade. E significa o que? Significa que se você não era um fã do programa infantil naqueles idos dos anos 80/90, ou se superou essa fase do saudosismo, a atração acaba ficando bem chatinha. 

A “irreverência” 
 
Xuxa tenta desesperadamente mostrar que cresceu, que é mulher ousada e sem papas na língua. E daí volta e meia solta alguma impropriedade que deixa o público sem entender direito o que ela quis dizer. Ou seja, não dá certo nem com nós, adultos, nem com os fãs que querem recordar a doce – putz, vamos lá – “Rainha dos Baixinhos”. Uma amiga maldosa (quem não tem uma?) comentou que Xuxa, às vezes, parece com aquelas tias que bebem demais nas festas e dão vexame. Só pense sobre isso. 

Os problemas técnicos
 
Desde sua estreia o programa tem mostrado falhas grosseiras. A pior delas tem a ver com o áudio. Às vezes some, às vezes estoura. Você poderia dizer que é um problema da Record. Não é. Há outros programas na casa que têm o mesmo formato e não sofrem com esse tipo de infortúnio. Ontem, por exemplo, o concurso de covers de artistas teve seríssimos problemas de playback. É algo incompreensível em um programa que está no ar há mais de dois meses.

O conteúdo
 
Claro, os problemas não se resumem apenas à Xuxa. A pauta do programa também ajuda na derrapagem. Começou querendo ser Ellen DeGeneres, o que seria bastante sofisticado, diga-se. Daí revelou-se um veículo para o culto à personalidade, como já citamos. Então, acrescentou pautas com mais apelo emocional (o que às vezes esbarra no programa do Gugu) e finalmente passou a dar dinheiro para quem atendesse o telefone dizendo “Xuxa! ”. E para coroar tem esse quadro das crianças – crianças! – que ontem falou sobre corrupção, punição, drogas e decisões presidenciais – por favor, apenas parem!

E o que vai acontecer com Xuxa? Só o tempo dirá. No momento ela é aquele jogador no qual se investiu milhões e não tem trazido o resultado esperado. Pode-se alegar que o time não ajuda ou que os tempos são outros. Mas o fato é que na televisão, assim como no futebol, o que interessa são os resultados.