Após mais de duas horas de sessão, os vereadores da Câmara Municipal de Juazeiro do Norte decidiram, nesta quinta-feira (5), em votação secreta, pela absolvição do ex-presidente da Casa, Antônio de Lunga (PSC), no processo de cassação de mandato. Envolvido na “Farra do Sabão”, o vereador está afastado da Câmara desde o último mês de setembro.
Com 13 votos a favor da cassação, sete contra e uma abstenção, o processo foi arquivado e Antônio de Lunga continua afastado da Câmara por mais 180 dias devido a uma decisão judicial para não atrapalhar as investigações. Mesmo com a maioria dos votos a favor, o vereador continua com seus direitos políticos já que, para ocorrer a condenação, seria necessário que 2/3 dos presentes votassem pela cassação.
Apenas um voto de diferença manteve o mandato de Antônio de Lunga, resultado que surpreendeu a oposição, como o atual presidente da Casa, Darlan Lobo (PMDB), que afirmou que esperava pela cassação. Já a professora Paula Isabela, que acompanhou a sessão, lamentou a ausência dos manifestantes que em setembro ocuparam o local, e se diz envergonhada pela situação. Ainda segundo a juazeirense, a presença de mais pessoas poderia ter feito alguma pressão sobre os vereadores.
Processo
No final de agosto, a Polícia Civil realizou a “Operação Faxina” em Juazeiro, onde foram apreendidos computadores e documentos relativos à aquisição do material sob suspeita. Na Farra do Sabão, como o escândalo ficou conhecido, de março a junho deste ano, a Câmara Municipal de Juazeiro do Norte, a 535 km de Fortaleza, comprou 4,2 mil vassouras, 2,5 toneladas de sabão, 33 mil unidades de palha de aço e 312 unidades de óleo de peroba, entre outros itens. O material seria usado para fazer a limpeza do prédio do Poder Legislativo. Ainda foi detectado que parte dos produtos está fora do prazo de validade.
Com informações do repórter Tadeu Gomes
