sábado, 15 de fevereiro de 2025

Outro mosquito potencial vetor da dengue tem 'rápida expansão' no Ceará


Foto Susan Ellis/Bugwood.org/Creative Commons
O Aedes aegypti é um mosquito de alerta para a saúde pública no Brasil devido à capacidade de transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. Porém, um “primo” dele vem despertando a atenção de autoridades de monitoramento no Ceará porque, em 20 anos, teve expansão para mais de 120 cidades. Em 62 delas, o outro possível vetor de arboviroses já chegou às áreas urbanas, onde há maior concentração de pessoas.

Segundo a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Aedes albopictus é um mosquito de hábitos silvestres, "mais agressivo e eclético quanto à alimentação", sendo o principal transmissor de dengue na Ásia e na Europa. No Brasil, essa transmissão ainda não foi comprovada e a maior relevância ainda é do Aedes aegypti.

Um estudo da Universidade Estadual do Ceará (Uece) identificou os primeiros espécimes do Aedes albopictus no Estado em 2005. À época, eles foram localizados em um quintal no bairro Montese, em Fortaleza. Os pesquisadores conjecturaram que a chegada ao Ceará “tenha sido favorecida pelo constante e intenso tráfego de pessoas e mercadorias, provenientes das mais diversas regiões do País”.

“Aquele momento despertou para a presença dele, mas, na verdade, é muito provável que ele já estivesse aqui. Foi o primeiro registro, mas logo em seguida, um ano depois, a gente viu que ele já estava em vários municípios”, lembra o orientador da Célula de Vigilância Entomológica e de Controle de Vetores (Cevet) da Sesa, Luiz Osvaldo da Silva.

Nas duas décadas seguintes, apesar de conhecido, ele ficou à margem da vigilância justamente por ser detectado mais comumente nas áreas rurais. Contudo, o último boletim entomológico da Secretaria, consolidando as informações de 2024 e publicado neste mês, revelou que o Aedes albopictus foi listado nas áreas urbanas de 62 municípios.

Apesar disso, segundo Osvaldo, “a presença dele no Estado é bem maior: já ultrapassa uns 120 municípios”. Nos demais, ele costuma ser encontrado na zona silvestre.

“Em área rural, não traz tanta preocupação porque é o habitat natural dele. Ele tem uma ecologia ali se alimentando de outros animais, e não do homem. Agora, a partir do momento que ele começa a invadir o ambiente urbano, isso nos traz preocupação”, afirma o orientador

Com informações do Diário do Nordeste.