segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Enem 2023: PF identifica oito pessoas que vazaram imagens da prova do primeiro dia, afirma Inep

Legenda: Para esse domingo, o Inep afirma que vai reforçar a segurança e monitorar as redes sociais para identificar rapidamente eventuais vazamentos
Foto: Divulgação

O Inep informou, na tarde deste domingo (12), que a Polícia Federal já identificou oito pessoas que divulgaram imagens dos Cadernos de Questões do Enem 2023 durante a aplicação do primeiro domingo, aplicadas em 5 de novembro. 

Após apurações, ainda segundo os organizadores do exame, não há nenhuma informação de postagem de conteúdo da prova antes do horário estipulado para início da aplicação. As informações são do jornal O Globo.

Os investigadores já tomaram depoimentos de pessoas que cometeram as irregularidades nas cidades de Caruaru (PE), Natal (RN), Cornélio Procópio (PR) e Brasília (DF). Além disso, continuam sendo realizadas diligências no Rio Grande do Sul e no Ceará. A operação também apreendeu materiais com suspeita de uso para aplicação de fraude ao exame em Maceió (AL) e Vitória da Conquista (BA). 

As empresas responsáveis pelo gerenciamento das mídias sociais foram oficializadas para preservar as imagens das provas e auxiliar com o rastreamento das postagens.

No primeiro dia, a prova mobilizou 31,4 mil profissionais de segurança pública de todo o Brasil. Entre eles, servidores de órgãos federais, estaduais e municipais que atuam nas gráficas que emitem a prova, na escolta de malotes, na distribuição, nos locais de armazenamento e na realização do certame.

Para esse domingo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) afirma que vai reforçar a segurança e monitorar as redes sociais para identificar rapidamente eventuais vazamentos no segundo dia de avaliações, realizados neste domingo.

Entenda o caso 

No último domingo, o jornal O Globo apurou que antes do fim da aplicação do Enem 2023, já circulavam em grupos de WhatsApp fotos da prova completa. A reportagem comparou as fotos e constatou que são idênticas à do caderno oficial.

De acordo com o Inep, as informações iniciais são de que as imagens foram divulgadas depois do início da prova, e que acionou a Polícia Federal para investigar o que aconteceu.

Os portões do Enem fecharam às 13h e, às 13h30, começou a prova. Os alunos começaram a sair às 15h30, mas sem o conteúdo do exame. Isso só é possível para os que deixam os locais de prova a partir das 18h30. 

Às 15h30, o jornal O Globo já havia recebido imagens de todas as páginas da prova e, ao fim do dia, teve acesso ao caderno de questões oficial de um candidato que tinha acabado de sair do local de aplicação. Assim, foi possível verificar que os dois cadernos de questões eram idênticos.

Professores que todo ano acompanham o Enem afirmam que é a primeira vez que fotos de uma prova completa circulam antes do momento em que os candidatos podem sair com o caderno de questões.

No primeiro dia de exame, 4.293 participantes foram eliminados por motivos como portar equipamento eletrônico, deixar a sala de aplicação antes do horário permitido (15h30), usar impressos durante a prova ou por não atender alguma das orientações dos fiscais.

Edições anteriores

Em 2019, um aplicador de provas vazou a foto de uma página também da redação. Na época, segundo o então ministro, Abraham Weintraub, não houve dano nenhum por conta do vazamento.

"Ninguém foi lesado. Mas houve a tentativa de macular, colocar em xeque. Foi um péssimo profissional. Mexe com a vida de cinco milhões de famílias. A gente vai localizar", afirmou, à época.

O caso mais grave de vazamento aconteceu em 2009. Naquele ano, o Ministério da Educação foi obrigado a cancelar a prova e a remarcar o exame com dois meses de atraso após ser totalmente refeito. 

Parte das universidades que usariam o resultado nos processos seletivos desistiram de contar com a nota. Envolvidos no vazamento foram indiciados.

FONTE DIÁRIO DO NORDESTE