Tradicionais pela rigorosidade dos critérios para concessão de cartão de
crédito, as instituições financeiras já dispõem de opções para clientes
com nome negativado.
Desde cartões pré-pagos, com funcionalidades similares aos cartões de
débito, até soluções de crédito consignado, a iniciativa é uma tendência
entre os bancos tradicionais.
No Banco do Brasil possível solicitar o cartão de maneira virtual e,
mesmo com o nome negativado, utilizá-lo como pré-pago até que a
restrição seja baixada. Para esta modalidade, as taxas de juros e
limites variam conforme a análise realizada posteriormente pelo banco.
Além disto, não é necessário ter conta no banco para solicitar o cartão.
Outra opção é intitulada de “Superdigital” pelo Banco Santander. Nesta, o
cliente tem possibilidade de abrir uma conta digital, sem comprovação
de renda e sem consulta ao SPC/Serasa. Com ela, o consumidor tem acesso a
um cartão de crédito internacional, com função pré-pago, na qual o
cliente passa no crédito nos estabelecimentos e o valor é debitado na
hora do saldo em conta.
Na Caixa Econômica Federal, a opção é destinada aos aposentados ou
pensionistas do INSS que tenham menos de 75 anos. Nesta solução, os
clientes terão parte do valor da fatura descontado automaticamente na
folha de pagamento do benefício, de acordo com a margem de cada de cada
um.
As três iniciativas citadas podem ser contratadas por meio das
plataformas digitais de cada banco, sem a necessidade de ir até uma
unidade física.
Saúde financeira
Apesar das facilidades e de aparentemente ser uma oportunidade atrativa,
é preciso ter cautela ao contratar este tipo de serviço, afirma a
vice-presidente do Conselho Regional de Economia (Corecon-CE), Silvana
Parente.
“Essas pessoas precisam ter muito cuidado, já que elas já têm seus
históricos e experiências negativas de estar devendo e não poder pagar. É
preciso entender que isto vai comprometer sua renda e, se atrasado além
do pagamento mínimo, pode virar um empréstimo”, alerta.
De acordo com a especialista, é importante que o consumidor atente ao
limite de endividamento que é possível assumir para que não comprometa a
saúde financeira da família.
Segundo pesquisa realizada em maio de 2020 pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil), o número de brasileiros negativados chegou a
62,83 milhões, o equivalente a 40,01% da população adulta do país. O
número é 2,91% maior do que o registrado no mesmo período do ano
passado.