A perda de olfato e paladar decorrente da Covid-19 pode ser permanente
se não tratada a tempo, de acordo com pesquisa da Universidade de São
Paulo (USP). Em um grupo de 600 pessoas, 10% dos voluntários ainda
persistiam com a perda total dos dois sentidos mesmo após um mês da
doença. A pesquisa ainda está em andamento e é promovida pela Disciplina
de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de
Medicina da USP.
Fabrizio Ricci, presidente da Academia Brasileira de Rinologia,
ressaltou a importância de buscar tratamento precoce para o problema,
evitando sequelas graves. Entre as opções, os pacientes podem fazer um
treinamento olfatório, prescrito e acompanhado por um
otorrinolaringologista, assim como o uso de medicações com efeito
anti-inflamatório e manobras para diminuir a percepção de odores
distorcidos ou a sensação de odores desagradáveis continuamente.
O médico destacou que, antes de definir um método terapêutico, é
essencial uma avaliação completa do nariz e do olfato para que o
tratamento seja o mais correto e efetivo para cada paciente. "O impacto
na qualidade de vida do paciente com anosmia, que é a perda total da
capacidade de sentir cheiro, é significativo. Sem essa aptidão, a pessoa
corre mais risco de acidentes domésticos, como não identificar o
vazamento de gás de cozinha. Quanto mais cedo for iniciado o tratamento,
maior a chance de sucesso”, explica Ricci em nota.