Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF), afirmou que estimular a invasão e invadir hospitais é crime. Na
quinta-feira, 11, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse
durante live que a população
deveria filmar leitos vazios em hospitais públicos e afirmou que há
"ganho político" com as mortes que ocorreram durante a pandemia.
No Twitter, Mendes criticou ação de Bolsonaro:
"É vergonhoso - para não dizer ridículo - que agentes públicos se
prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde
pública", escreveu.
O governo Bolsonaro tem relações desgastadas com o STF e
enfrentou embates com membros da corte. Em decisão liminar - provisória
- o vice-presidente do STF, Luiz Fux, considerou que o presidente da
República tem "poder limitado" como chefe das Forças Armadas. As
informações são do UOL.
Pelo STF correm inquéritos contra Abraham Weintraub
(Educação) e fake news, além de processos eleitorais que miram a chapa
de Bolsonaro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Durante a live do dia 11, Bolsonaro reforçou a ideia de
que a pandemia de Covid-19, que já matou mais de 40 mil brasileiros,
vem sendo tratada de forma exagerada pela mídia e pelos governos
estaduais e municipais. Para ele, esses números não condizem com a
verdade. “Caso em que a pessoa tinha uma série de problemas de saúde,
entrou em óbitos. Até o momento, não tinha nenhum familiar que tinha
contraído o vírus e aparece lá no óbito como Covid-19”, destacou.
Após fala do presidente na live, os vereadores Márcio
Martins, Reginauro Sousa e Julierme Sena, todos do Partido Republicano
da Ordem Social (Pros), alinhados com Jair Bolsonaro, tentaram entrar no
hospital de campanha do estádio Presidente Vargas, que recebe pacientes
com o novo coronavírus em Fortaleza, para filmar leitos, mas foram
impedidos. Caso aconteceu na sexta, 12.
De acordo com Márcio Martins, o grupo tem um mandado de
segurança conseguido na Justiça que os permite circular pelo hospital.
Prefeitura de Fortaleza afirma que eles não possuíam autorização. O
parlamentar da oposição afirmou que a intenção era filmar o interior da
unidade para mostrar a "ociosidade e subutilização de leitos".