
“Por serem pacientes crônicos eles já devem ter um acompanhamento
próximo com o especialista, cada um deles deve ligar para o seu médico
para saber que esquema de tratamento deve seguir em caso de crise.
Normalmente, eles usam corticoides inalatórios e broncodilatadores, mas
cada uma dessas medições tem sua forma de usar, suas dosagens,
diferentes tipos, então nada melhor que combinar isso com os médicos que
os assistem”, alertou Urbaez.
Especialista em doenças infeciosas, o doutor Hemerson Luz, acrescenta
que para esses pacientes, o atendimento em Pronto Socorro deve ser a
última opção. “Com a teleconsulta liberada pelo Conselho Federal de
Medicina é possível falar com um profissional médico ou com seu próprio
médico, relatar o que está acontecendo e receber orientações. Em caso de
não haver melhora, aí sim, o atendimento deve ser presencial”, disse.
Cuidados redobrados
Ainda segundo Hemerson Luz, todas as pessoas com comorbidades, ou
seja, com doenças preexistentes, como hipertensão, diabetes e problemas
cardíacos, tem que adotar cuidados extra para evitar a infeção pela
covid-19. Além de lavar as mãos com mais frequência com água e sabão,
elas devem evitar tocar o rosto, aglomerações, contato próximo e
confinamento por mais de 15 minutos com outras pessoas, que devem estar
distantes cerca de 2 metros.
“Se tiver qualquer pessoa sintomática em casa, essa pessoa deve usar
máscara. Essas pessoas também devem respeitar rigorosamente o isolamento
social e evitar sair”. Para muitos, há uma falsa sensação de segurança
de sair para lugares abertos, mas elas devem levar em conta que o botão
do elevador , a maçaneta da porta do prédio, o portão de casa, podem
contaminá-las”, lembrou.
Fumantes
Os fumantes, segundo os dois médicos ouvidos pela reportagem, também
estão no grupo de risco, já que, em geral, eles têm doença pulmonar
obstrutiva crônica, bronquite crônica ou enfisema. Mesmo os fumantes que
não apresentam dano, tem o pulmão mais vulnerável e estão dentro das
recomendações do grupo de risco.
Gravíssimos
Mesmo os pacientes com quadros respiratórios graves estando no grupo
de risco, até agora, segundo o doutor Hemerson Luz ressalta que a
letalidade do coronavírus, ligada à comorbidades, está mais relacionada à
pacientes, diabéticos, hipertensos e com doenças cardíacas.
Vacina
No primeiro dia da campanha de vacinação contra a gripe, os
especialistas também reforçaram a importância da medida. “Além do [novo]
coronavírus, com a chegada do período frio, também teremos a influenza –
que também é grave e mata – circulando”, ressaltou o doutor José Davi
Urbaez.
Segundo ele, apesar dos riscos em elevador e no deslocamento, o custo
x benefício da vacinação é muito bom. Quem puder solicitar vacina em
casa, solicite, especialmente pessoas acima de 70 anos. “Pessoas muito
suscetíveis devem tomar a vacina contra a influenza que pode ser tão
grave quanto o novo coronavírus”, concluiu o infectologista. Além disso,
pessoas gripadas podem sobrecarregar ainda mais os hospitais.
“Muitas pessoas podem ter quadro de resfriado, um rinovírus ou um
vírus respiratório mais simples, porque está chegando a época mais fria.
“A grande diferença é que no caso de resfriado, no sétimo dia essa
pessoa começa a melhorar. Já a Covid-19 é bifásica. Lá pelo sétimo dia
as pessoas começam a piorar, começam a sentir muita falta de ar”,
explicou Hemerson Luz.
Ainda sobre a vacina, os especialistas esclareceram um mito, comum
entre pessoas idosas. O de que após tomar a vacina, as pessoas não ficam
doentes.
“O que ocorre é que algumas pessoas que têm uma síndrome vacinal,
ficam com febre e tem uma dor local, como se estivessem com uma pequena
virose. É uma reação porque você estimula o sistema imunológico. Isso
pode gerar um mal-estar geral, a pessoa pode ficar indisposta, mas toma
um paracetamol e geralmente fica muito bem. Nada disso é nem remotamente
parecido a você ter uma influenza, que parece mais com uma dengue e ter
também sintomas respiratórios e evoluir para uma pneumonia grave que
pode ser letal”, concluiu José Davi Urbaez.