Após cientistas sequenciarem o genoma do
coronavírus em pacientes do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, foi constatado
que o vírus Sars-CoV-2, em alguns pacientes, já apresenta
características diferentes do coronavírus introduzidos no primeiros
casos. O processo é resultado da transmissão comunitária confirmada pelo Ministério da Saúde na sexta-feira, 20.
O trabalho foi feito em 48 horas por
cientistas do Laboratório de Bioinformática do Laboratório Nacional de
Computação Científica (LNCC), em Petrópolis, pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). O objetivo é rastrear mutações que possam significar aumento ou
diminuição da gravidade, além do funcionamento da transmissão. O mesmo
grupo também sequenciou o genoma do vírus do primeiro paciente
confirmado no Brasil.
Para o estudo, foram usados os genomas completos de 19
pacientes em hospitais de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Sul e Goiás. Dois de origem asiática e o restante proveniente
da Europa. As informações são do Jornal O Globo.
Entre os vírus estudados, há marcas no genoma que
indicam a mudança desde que chegou ao Brasil. Segundo uma das autoras do
trabalho, Ana Tereza Vasconcelos, isso significa que o coronavírus já
está presente no País há um tempo e na quantidade suficiente para que as
alterações fossem tão visíveis. Sendo um vírus de RNA, o material
genético é simples e altamente sujeito à mutações.
Os cientistas vão continuar o acompanhamento, porque,
segundo eles, ainda há vírus entrando no País. Os pesquisadores também
vão analisar amostras de Sars-CoV-2 de pacientes em estado grave. A
investigação vai se concentrar em identificar se no material genético
desses vírus há algum indício que possa apontar para a gravidade da
doença. Ainda não existem estudos que comprovem essa teoria.