Cerca
de 15% dos brasileiros que aderiram ao Mais Médicos após a saída dos
cubanos já desistiram de participar do programa. Foram mais 1.052
desistências em apenas três meses, segundo o jornal Folha de S. Paulo.
Ao todo, 7.120 brasileiros ingressaram nas primeiras rodadas da seleção
realizadas após a saída dos especialistas cubanos.
Dados
do Ministério da Saúde apontam que o tempo de permanência dos
brasileiros variou de uma semana a três meses. Os principais motivos
dados para a saída foram a busca por outros locais de trabalho e por
cursos de especialização e de residência médica. Secretários de saúde
dos municípios estão preocupados com as desistências acima do esperado,
pois não há data prevista para reposição das vagas. "Uma das vagas foi
de uma médica que apareceu só um dia e não veio mais. Outros três saíram
para fazer residência médica", relata a secretária municipal de saúde
de Embu-Guaçu, interior de SP, Maria Dalva dos Santos. Os médicos
formados no exterior inscritos para as outras quatro vagas sequer
chegaram a comparecer. "Já estamos sem esperanças", afirma.
O
perfil com maior volume de saídas é o de cidades com 20% ou mais da
população em extrema pobreza —324 desistências, ou 31% do total. Em
seguida estão capitais e regiões metropolitanas, com 209 desistências,
ou 20%.