
Um vídeo de uma rádio de Coxim, a 253 quilômetros de Campo Grande, no
norte de Mato Grosso dco Sul, mostra o exato momento em que o comandante
da Polícia Militar Ambiental (PMA) do município, tenente Anderson
Ortiz, atirou contra um pescador que invadiu o estúdio da emissora e começou a agredi-lo depois de uma entrevista, na tarde desta sexta-feira (10).
Após o disparo, o próprio comandante acionou o Corpo de Bombeiros para
socorrer o pescador, que foi levado inicialmente para um hospital do
município e à noite foi transferido para a Santa Casa de Campo Grande.
Segundo o hospital ele está na área vermelha, mas está consciente e com
quadro de saúde estável.
Em nota, a PMA diz que quando ocorreu a agressão o comandante concedia
uma entrevista sobre piracema e o rio Taquari. A unidade aponta que o
pescador é conhecido na região pela agressividade e já tem passagens
pela polícia por ameaça e tráfico de drogas.
Ainda conforme a Polícia Militar Ambiental, o pescador invadiu o
estúdio da rádio já agredindo verbalmente o militar, que sacou a arma
para a sua proteção e dos funcionários. O procedimento, conforme a
unidade, ocorreu porque o homem dizia que daria um tiro no policial.
A PMA diz que mesmo advertido para se afastar e sair do local, o
pescador ia para cima do policial, que deixava um braço esticado em sua
proteção e da arma. “ De repente, o elemento fez que sairia da sala,
porém, bruscamente dirigiu-se para cima do comandante, que como única
forma de contê-lo, efetuou o disparo”, diz trecho da nota, completando
que o disparo de contenção pode ter evitado a morte do militar ou do
agressor.
De acordo com a Polícia Civil, que investiga o caso, o motivo da briga
foi o fechamento de baías da região utilizadas pelos pescadores. A
polícia ainda informou que o próprio comandante da PMA registrou
boletins de ocorrências por ameaças de morte.
Segundo a PMA, a unidade por meio do subcomandante está desde
sexta-feira em Coxim, acompanhando o caso. Duas equipes do Batalhão de
Choque também estão no local.
Além do inquérito da Polícia Civil, registrado inicialmente contra o
pescador por injúria e ameaça, a Corregedoria da Polícia Militar também
apura a responsabilidade neste caso.