O presidente Michel Temer disse na segunda-feira (21)
que acha o semipresidencialimo um sistema “extremamente útil” para o
Brasil. Temer disse que tem discutido o assunto com os presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia, do Senado, Eunício Oliveira, e com o presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes. No
semipresidencialismo, apesar de haver um primeiro-ministro, o presidente
mantém a força política.
“Acho uma coisa extremamente útil para o Brasil.
Minha experiência tem revelado que seria útil. Tenho conversado muito
com o ministro Gilmar Mendes, que hoje está no TSE, tenho conversado com
o Rodrigo Maia, com o Eunício Oliveira. Temos conversado muito sobre
isso. Se vai dar certo ou não, não sabemos, mas temos conversado sobre
isso como uma das hipóteses muito úteis para o Brasil. Agora vamos
alongar esses estudos para verificar qual o melhor momento da sua
aplicação e eficácia”, disse a jornalistas no Itamaraty, onde ofereceu
almoço ao presidente do Paraguai, Horacio Cartes.
Questionado se a reforma política como está posta é
coerente, Temer respondeu que essa é uma matéria de atuação do Congresso
Nacional. “Ela está sendo feita pelo Congresso Nacional. Quando falo
dessa matéria, estou dizendo que essa matéria é típica da atuação do
Congresso Nacional. [É] o Congresso que vai decidir isso”, respondeu.
PSDB no governo
Quando os jornalistas perguntaram se os ministros do
PSDB permanecem nos cargos, Temer respondeu que eles estão “bem nos
cargos” e “colaboram muito”. Desde a votação no dia 2 de agosto em que
foi arquivada a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Temer
na Câmara dos Deputados, partidos da base aliada têm pressionado o
governo para obter ministérios atualmente ocupados por tucanos, pois o
PSDB votou dividido na apreciação da denúncia.
Dos 47 deputados tucanos, 22 votaram pelo
arquivamento da denúncia, 21 pela investigação e quatro se ausentaram.
Atualmente, o PSDB tem quatro ministérios.
Sobre um
possível retorno do senador Aécio Neves à presidência do PSDB, hoje
ocupada interinamente por Tasso Jereissati, Temer disse que essa é uma
questão interna do partido. “Eu já declarei especificamente que eu não
me meto nas questões internas do partido. Cada partido decide por conta
própria”. Aécio Neves se afastou da presidência do partido em maio.