Diversas
categorias dos servidores federais do Ceará ameaçam acompanhar a
mobilização nacional e aderir à greve por um dia que está prevista para
ser realizada na segunda semana de setembro. A proposta surge como
protesto contra as medidas econômicas do governo Michel Temer (PMDB),
entre elas o congelamento do reajuste salarial em um ano e o aumento do
déficit fiscal em R$ 159 bilhões.
O movimento de paralisação
deverá ser acompanhado por diversos atos de resistência contra os cortes
de gastos implementados pelo governo do PMDB.
O secretário geral
da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, Sérgio
Ronaldo, disse que a greve está sendo proposta em assembleias nos
sindicatos de todo o País para unificar a mobilização.
"Estamos
prevendo uma greve para a segunda semana de setembro. E se a reforma da
Previdência for colocada em pauta, faremos uma manifestação de peso em
Brasília", prometeu o secretário. Segundo ele, a “reação” será “tão
grande quanto os ataques” do governo.
&nsbp; R$ 5, 1 bi é o valor que o governo pretende economizar com o adiamento do reajuste
No
Ceará, o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e
Previdência Social no Estado do Ceará (Sinprece) admite chamar os
trabalhadores para cruzar os braços diante das medidas do presidente
Michel Temer.
A greve, de acordo com a diretora Elenir Silva, não
é "bom" para a população, que é prejudicada com a falta dos serviços, e
por isso surge como última instância de negociação. "Está muito claro
que a gente só está perdendo. Essa greve está sendo construída no
coletivo", diz.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores das
Universidades Federais no Estado do Ceará (Sintufce), Keila Camila,
afirma que a educação tem sofrido "cortes brutais" desde a aprovação da
PEC dos gastos públicos e que as universidades estão cada vez mais
ameaçadas. Ela diz que a greve é uma forma de pressionar o governo para
estancar os retrocessos.
"Nós somos os culpados pelo Brasil estar
assim? Isso é toda uma campanha contra os servidores. Nós avaliamos que
só nesse momento uma greve isolada não seria o suficiente, por isso
estamos trabalhando a perspectiva de uma greve geral", ressalta.
Apesar
de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter proibido a realização de greves
por todas as categorias da Polícia, o presidente do Sindicato dos
Policiais Rodoviários Federais do Ceará (SINDPRF-CE), Lourismar Duarte,
não descartou a saída caso o momento crítico exija.
"A gente para
tomar essa medida tem que ser num momento de grande radicalização da
luta que nós esperamos que não seja necessário. Mas se for avaliaremos",
prometeu. O líder diz que a categoria está "inconformada" e que haverá
"resistências" nos próximos dias.