Sob o comando de Paulo Barros, a azul e branco falou sobre rios em seu desfile. O enredo fez referência a um dos grandes nomes da escola, Paulinho da Viola,
com o lema “Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou
levar”, versos de uma de suas mais conhecidas canções. Civilizações
que iniciaram seus processos de organização social ao leito de rios
nortearam parte do desfile. A escola também lembrou a tragédia na
barragem da Samarco, em Mariana (MG), com o carro alegórico “Um Rio que
Era Doce”.
O título foi decidido no último quesito, Enredo. A agremiação superou a Mocidade Independente de Padre Miguel,
que ficou em segundo lugar. A escola campeã só perdeu nota em dois
pontos: Comissão de Frente e Samba-enredo. Mas, neste último, a nota
acabou descartada (pelas regras, a menor dos quatro jurados não conta).
Dessa forma, a Portela garantiu 269,9 pontos dos 270 possíveis. A rival ficou com 269,8. Na sequência, aparecem Salgueiro (269,7) e Mangueira (269,6).
Fundada
em 1923, a azul e branco havia ficado em 3º lugar em 2016; agora volta
ao topo do Grupo Especial. O último título da Portela, de 1984, é
envolvido em polêmica. Foi neste ano a inauguração do Sambódromo do Rio e
a primeira vez que houve desfile dividido em duas noites. Na ocasião,
as notas foram separadas e a Portela foi considerada a vencedora da
primeira noite. A Mangueira, do segundo e também de um terceiro desfile,
considerado o tira-teima final. A Portela considera o título daquele
ano legítimo. Antes disso, a escola havia sido campeã em 1980.
Problemas na Marquês de Sapucaí
Acidentes em carros da escola Paraíso do Tuiuti e da Unidos da Tijuca
ficaram marcados como dos piores nos últimos 33 anos da avenida,
segundo a própria Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa). O
carro da Tuiuti perdeu o controle e atropelou ao menos 20 pessoas no
domingo (26). Já no desfile da Unidos da Tijuca, uma parte do
veículo despencou e integrantes da escola chegaram a sofrer uma queda de
seis metros, na segunda-feira (27).
Somados,
os dois acidentes deixaram 32 feridos. Ao menos duas pessoas permanecem
em estado grave no hospital e uma terceira ainda passará por cirurgia.
A
Liga e presidentes de escolas decidiram nesta quarta-feira (1º) que
nenhuma do Grupo Especial seria rebaixada este ano. Muito criticada por
não ter interrompido os desfiles no momento do acidente, o que teria
prejudicado o trabalho de socorro aos feridos, a Liesa recebeu vaias no
Sambódromo, quando o presidente Jorge Castanheira
anunciou a decisão. No próximo ano, portanto, 13 escolas disputarão o
Grupo Especial – as 12 atuais e uma que subirá do Grupo de Acesso.
Gritos
de “vergonha” foram ouvidos nas arquibancadas, onde o público costuma
acompanhar a apuração. A falta de punição é vista por críticos como uma
forma de beneficiar escolas que foram imprudentes com questões de
segurança. “Foi uma fatalidade, mas quem errou tem de pagar”, disse Neguinho da Beija-Flor.
Segundo o presidente da Portela, Luís Carlos Magalhães,
a decisão foi tomada em consenso pelas escolas e que a penalidade, se
ocorrer, será na esfera criminal e não no evento privado do Carnaval. “Todas as escolas foram a favor. O que aconteceu foi uma fatalidade, uma coincidência”, defendeu.
Portela não ganhava título desde 1984 (Foto: Marcello Dias/Futura Press)
Resultado final
1º Portela - 269, 9 pontos
2º Mocidade - 269,8 pontos
3º Salgueiro - 269,7 pontos
4º Mangueira - 269, 7 pontos
5º Grande Rio - 269, 4 pontos
6º Beija Flor - 269, 2 pontos
7º Imperatriz - 268, 5 pontos
8º União da Ilha - 267, 8 pontos
9º São Clemente - 267, 4 pontos
10º Vila Isabel - 267, 4 pontos
11º Unidos da Tijuca - 266,8 pontos
12º Tuiuti - 264,6 pontos
Resultado final
1º Portela - 269, 9 pontos
2º Mocidade - 269,8 pontos
3º Salgueiro - 269,7 pontos
4º Mangueira - 269, 7 pontos
5º Grande Rio - 269, 4 pontos
6º Beija Flor - 269, 2 pontos
7º Imperatriz - 268, 5 pontos
8º União da Ilha - 267, 8 pontos
9º São Clemente - 267, 4 pontos
10º Vila Isabel - 267, 4 pontos
11º Unidos da Tijuca - 266,8 pontos
12º Tuiuti - 264,6 pontos