quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Ministério Público ingressa com ação contra aumento salarial do prefeito, vice e secretários de Quixadá

A Promotoria de Justiça do Juizado Especial Cível e Criminal da Comarca de Quixadá, ingressou nesta quinta-feira (9) com uma Ação Civil Pública (ACP) junto à Justiça Estadual contra o aumento dos subsídios do prefeito de Quixadá, Ilário Marques, do vice-prefeito, João Paulo e dos secretários da sua administração. 

Conforme divulgação no site oficial do Ministério Público do Ceará (MPCe) o promotor de Justiça Marcelo Cochrane Sampaio requer, liminarmente, a concessão de tutela de urgência para que o Município seja obrigado a não pagar os aumentos aprovados pela Câmara de Vereadores de Quixadá em 4 de novembro de 2016, para o gestor público e seus auxiliares do primeiro escalão.

O representante do Ministério Público justifica que apesar da recomendação expedida no dia 24 de novembro do ano passado, requerendo do gestor municipal a anulação da lei não foi atendido. “O então prefeito interino, Antônio Weliton Xavier Queiroz, deixou de apresentar resposta ao Ministério Público, optando por sancionar o citado projeto de lei no apagar das luzes do ano de 2016” ressaltou.


 
Acompanhando o rol de irregularidades Marcelo Conchane Sampaio aponta o princípio da impessoalidade. Alguns vereadores que votaram na aprovação da lei do aumento participam hoje da gestão municipal como secretários. Legislaram em causa própria. Também não houve uma análise apurada do impacto financeiro dos novos salários nas contas do Município.

Além dessas justificativas o autor da Ação aponta ainda que no início deste ano a Prefeitura de Quixadá decretou Estado de Emergência e de Calamidade Financeira, prorrogando esta última medida por mais 90 dias. “O município de Quixadá vem, de forma reiterada, descumprindo os limites de gasto com pessoal impostos na Lei de Responsabilidade Fiscal. O impacto anual dessa lei no orçamento do município é de mais de 500 mil reais”, argumenta o membro do MP cearense na ação.

Opinião pública

Classificando a doação de 20% dos salários do prefeito e de seus auxiliares, como uma tentativa de minimizar o impacto negativo diante da opinião pública, o promotor de Justiça ainda aponta que de acordo com a Constituição Federal, decretos dessa natureza só podem ser realizados por lei de iniciativa da Câmara Municipal. “Ademais, trata-se de uma pretensa redução temporária, o que não elimina a lesividade da conduta”, finaliza.

Resposta da prefeitura 

Em resposta à Ação do Ministério Público a assessoria da prefeitura de Quixadá justificou que a iniciativa de aumento dos referidos salários se deu na legislatura passada sem nenhum envolvimento do atual prefeito de Quixadá, Ilário Marques.

“O prefeito deixa claro que ouvindo a argumentação do Ministério Público e identificado alguma irregularidade no procedimento acatará ação primando sempre pela legalidade, que é norte orientador da atual administração”, finaliza a assessoria.

A reportagem tentou manter contato com o ex-prefeito, Welinton Xavier. As ligações telefônicas não foram atendidas.