Pablo de Paula foi roubado dias depois devolver celular perdido a dono (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O adolescente Pablo Júnior Oliveira de Paula, de 16 anos, que devolveu
um celular que achou caído na rua e pediu ao dono, ao invés da
recompensa, ajuda para achar um emprego, foi assaltado na segunda-feira
(27). A Polícia Civil informou que o garoto teve o celular e a carteira
com R$ 20 roubados enquanto estava em um ônibus Jardim Goiás. Menos de
uma hora depois, a Polícia Militar (PM), prendeu dois suspeitos, de 21 e
19 anos, e recuperou o aparelho.
O garoto contou que estava no coletivo, quando viu duas pessoas o
encarando. "Esperaram todo mundo descer e anunciaram o assalto. Levaram
minha carteira e o celular. O motorista perguntou se ele queria ligar
para a polícia e eu disse que não. Quando o ônibus estava fazendo o
caminho de volta, eu vi a polícia abordando duas pessoas e já desci
falando que eram eles que tinham me roubado", disse Pablo.
A Polícia Militar levou Pablo e os suspeitos para a Central de
Flagrantes, onde o roubo foi registrado e os pertences da vítima,
devolvidos.
Pablo conta que ficou surpreso com o crime pouco tempo depois ter
devolvido o celular a uma pessoa que tinha perdido, mas ficou contente
por, no fim, tudo ter se resolvido. "Fico meio assustado. Acontecem
coisas boas e também coisas ruins. Mas, pelo menos, consegui recuperar
as coisas", disse.
Ato de honestidade
Pablo ficou conhecido após devolver o celular que encontrou ao dono, o analista de redes Nikolas Soares Valério. O proprietário do aparelho, que custa R$ 2,5 mil, ofereceu R$ 200 de recompensa, mas Pablo recusou e disse que precisava de ajuda para conseguir trabalho.
Nikolas relata que publicou nas redes sociais a história e o currículo
de Pablo, que foi compartilhado por milhares de pessoas. Logo ele
começou a receber propostas de trabalho de vários lugares.
Na última quinta-feira (23), Pablo passou por uma entrevista de emprego
na Associação dos Magistrados do Estado de Goiás (Asmego). O adolescente deve ser contratado como auxiliar de almoxarifado
assim que fizer a Carteira de Trabalho. Uma condição imposta pelos
futuros empregadores é de que o rapaz volte a estudar para que possa
concretizar o sonho de se formar em direito.
Além das propostas de emprego, o adolescente também recebeu o
reconhecimento de várias pessoas, que o parabenizam pela honestidade. A
mãe dele, a costureira Lucilene de Paula, ressalta que tem orgulho do
filho por ter tomado a atitude correta. “É justo você chegar na pessoa e
entregar o que é dela. Todo mundo tinha que ser assim", relata.